Agrobiodiversidade do povo indígena Huni Kuin do Alto Juruá, Amazônia Ocidental Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.33240/rba.v18i3.23585Palabras clave:
Diversidade agrícola indígena, roçados tradicionais, soberania e segurança alimentarResumen
O povo indígena Huni Kuin maneja desde tempos imemoriais agroecossistemas itinerantes. O trabalho objetivou identificar espécies e variedades que compõem a agrobiodiversidade da Terra Indígena Kaxinawá do Baixo Rio Jordão/AC. Buscou-se ainda compreender a interação entre o corpus material e simbólico sobre as espécies cultivadas e a práxis relativa às técnicas de cultivo. Utilizou-se as metodologias: observação participante, entrevistas abertas e trilhas guiadas em unidades produtivas. Levantaram-se 18 espécies com 96 variedades cultivadas nos roçados tradicionais. Há variedades ameaçadas de desuso devido sobretudo às transformações históricas que o povo enfrenta desde o período de contato com a sociedade não-indígena. É preciso valorizar os saberes relacionados à agrobiodiversidade para reverter esse quadro. Sugere-se fortalecer políticas públicas de salvaguarda de sistemas agrícolas e programas de apoio à alimentação escolar regionalizada e à geração de renda com produtos dos roçados.
Descargas
Citas
ABREU, Capistrano de. Os Caxinauas. Ensaios e estudos. 3ª Série. Rio de Janeiro: Briguiet. 1938. p. 275-357.
ALBUQUERQUE, Ulysses P.; e LUCENA Reinaldo F.P. Métodos e técnicas na pesquisa Etnobotânica. 1ª Edição. Recife: NUPEEA. 2004. 189p.
AQUINO, Terri; IGLESIAS, Marcelo P. Kaxinawá do rio Jordão: História, território, economia e desenvolvimento sustentado. 1ª Edição. Rio Branco: Comissão Pró-Índio do Acre. 1994. 456 p.
BRASIL. Lei n° 11.346, de 15 de setembro de 2006. Dispõe sobre a criação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). Presidência da República: 2006.
BURITY, Valéria; FRANCESCHINI, Thaís; VALENTE, Flávio. Direito humano à alimentação adequada no contexto da segurança alimentar e nutricional. Brasília, DF: ABRANDH, 2010. 204p.
CLEMENT, Charles R.; CRISTO-ARAÚJO, Michelly; D’EECKENBRUGGE, Geo C.; PEREIRA, Alessandro A.; PICANÇO-RODRIGUES, Doriane. Origin and Domestication of native Amazonian crops. Diversity, v. 2, n. 1, p. 72-106, 2010.
COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DO ACRE (CPI/AC), Nossa Biodiversidade, Nossa Vida. Rio Branco/Ac: CPI e AMAAIAC, 2017. 140 p.
COSTA, Flaviane M. Padrões de dispersão e conservação da diversidade genética do milho (Zea mays ssp. mays) nas terras baixas da América do Sul. 2020. 21 p. Tese (Doutorado em Ciências), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.
FREITAS, Fábio O.; PEÑALOZA, Andréa P.S.; VALLS, José Francisco M. O amendoim contador de história. 2003.
IPHAN. Dossiê Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro. Brasília/DF: IPHAN, 2019. 196p.
KERR, Warwick E.; CLEMENT, Charles R. Práticas agrícolas de consequências genéticas que possibilitaram aos índios da Amazônia uma melhor adaptação às condições ecológicas da região. Acta amazónica, v.2, n.10, 251-261, 1980.
KINUPP, Valdely F.; LORENZI, Harri. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. 1ª Edição. São Paulo: Plantarum. 2014. 768p.
LAGROU, Els M. Uma etnografia da cultura Kaxinawá entre a cobra e o inca. 1991. 277 p. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 1991.
MIRASSE, Jone J. O consumo de batata-doce de polpa alaranjada entre famílias rurais do nordeste de Moçambique: um estudo sobre percepções de comida e segurança alimentar na província de Nampula. 2010. 180 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Rural) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre. 2010.
MENDES, Nikolas R.G. Análise do processo de reformulação do Programa Nacional de Alimentação Escolar nas escolas indígenas no Amazonas. 2019, 136 p.Dissertação (Mestrado em Governança e Desenvolvimento) - Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), Brasília. 2019.
OLIVEIRA, Alice H. 'Já me transformei': modos de circulação e transformação de pessoas e saberes entre os Huni Kuin (Kaxinawá). 2016. 324p. Tese (Doutorado em Antropologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2016.
PILNIK, Málika S.; ARGENTIM, Tarik; KINUPP, Valdely F.; HAVERROTH, Moacir. Desafio de Pensar a Sustentabilidade do Território Delimitado sob a Perspectiva dos Sistemas Agroalimentares na Terra Indígena Kaxinawá do Baixo Rio Jordão/AC. In: XI Congresso Brasileiro de Agroecologia, 2020, Aracaju. Cadernos de Agroecologia - Anais do XI Congresso Brasileiro de Agroecologia. Sergipe: Cadernos de Agroecologia, 2020. v. 15.
RAMALHO, Ana Luiza M.; GAVAZZI, Renato A. Plano de gestão territorial e ambiental das três terras indígenas Kaxinawá do rio Jordão. 1ª Edição. Rio Branco: CPI/AC. 2012. 89p.
SARAIVA, Leidiane S.; SOUZA, Joana M.L.; ARAÚJO, Ana Paula; HAVERROTH, Moacir; FERREIRA, Almecina B.; MING, Lin C. Caracterização física e físico-química de duas variedades de taiobas oriundas da Terra Indígena Kaxinawá de Nova Olinda, Feijó/Acre. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFAC, 27. 2017, Rio Branco, Acre. Resumo em Anais de Congresso (CPAF-AC). Rio Branco: Ufac, 2018. p. 487.
SILVA, Edinei S. Avaliação de progênies de Feijão-macuco (Pachyrhizus tuberosus (lam.) Spreng.), Fabaceae, com base na nodulação natural, caracteres associados e processamento de raízes tuberosas. 2015. 82 p. Dissertação (Mestrado em Agricultura no Trópico Úmido) – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, 2015.
SOMBRA, Luís. Os cachinauás: ligeiras notas sobre seus usos e costumes. São Paulo: Jornal do Commercio, 1913. 11p.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Malika Simis Pilnik, Tarik Argentim
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Aviso de derechos de autor
Los derechos de autor de los artículos publicados en esta revista pertenecen a los autores, siendo los derechos de primera publicación de la revista.
Licencia
Cuando se publican en esta revista de acceso abierto, con licencia CC BY 4.0, los artículos se distribuyen de forma gratuita y pueden compartirse y adaptarse para cualquier propósito, incluidos los comerciales. Como atribución de uso, la licencia requiere que se otorgue el crédito apropiado, con un enlace a la licencia e indicación de cambios. Esto no significa que el licenciante apruebe el uso de la información contenida en el artículo o la persona que utilizó esa información. También implica la imposibilidad de aplicar medidas legales o tecnológicas que restrinjan el uso de la información por parte de terceros.
