Metodologia para elaboração de audiodescrições para museus baseada na semiótica social e multimodalidade
introdução teórica e prática
Palavras-chave:
tradução audiovisual, audiodescrição, multimodalidade em museus.Resumo
A pesquisa recente em tradução audiovisual e acessibilidade tem enfocado a necessidade de audiodescrição (AD) em museus, para que deficientes visuais apreciem obras de artes tais como as pinturas (De Coster & Mühleis, 2007; Holland, 2009). Os estudos em multimodalidade, por sua vez, têm proposto leituras de museus como espaços multimodais e textos escritos em museus que integram signos verbais e visuais para estimular a sensibilidade do público (Hofinger & Ventola, 2004; Ravelli, 2006). Os trabalhos sobre AD não fornecem uma metodologia sistematizada para a leitura e escrita de obras de arte, enquanto os estudos da multimodalidade não incluem os deficientes visuais como parte do seu público. Este artigo reporta um trabalho em andamento que tem como objetivo preencher as lacunas apontadas. Toma-se a AD como forma de tradução e o audiodescritor como mediador no processo de transformação da linguagem das obras de arte em texto a ser ouvido por deficientes visuais. O objetivo é criar uma metodologia para a elaboração de roteiros de AD para deficientes visuais com subsídios de leituras multimodais de pinturas, a serem usados em áudio-guias de museus. Tem-se como base pesquisas prévias em tradução audiovisual e audiodescrição em museus, por um lado, e estudos de multimodalidade em museus, por outro. O primeiro passo da metodologia é a combinação de critérios para a elaboração de roteiros de AD com recursos semióticos da função multimodal (O’Toole, 1994) e do significado interativo (Kress & van Leeuwen, 1996). O artigo apresenta o primeiro procedimento metodológico proposto por meio da audiodescrição de “Las Meninas”, de Diego Velazquez.
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