Corpo ferido e ethos semiotizado em campanhas de combate à violência contra a mulher

Autores

Palavras-chave:

ethos. dispositivos de controle. violência doméstica.

Resumo

Este artigo objetiva verificar a constituição do discurso contra a violência doméstica a partir de um dispositivo de controle que opacifica, ao longo da história, as possibilidades do dizer sobre a violência que atinge e coage os corpos femininos. Para isso, será mobilizado o conceito de ethos de Maingueneau (2010, 2011), além das teorizações de Michel Foucault (2015) sobre os dispositivos de controle sobre o discurso. Perscruta-se, com tal discussão, compreender o discurso que se constrói como um chamamento ao combate a partir das marcas do (no) corpo, por meio de anúncios de campanhas da instituição APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), e observar a irrupção de um ethossemiotizado essencial ”“ proposto aqui como uma ramificação necessária do conceito de ethos discursivo ”“ para que os sujeitos envolvidos nessas ques-tões sejam atingidos e, portanto, denunciem os abusos ocorridos no âmbito familiar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Docente do Programa de Mestrado em Linguística da UNIFRAN, Doutora e mestre em Linguística pela UFSCar com estágio na Université de Toulouse II ”“ Le Mirail. Desenvolve pesquisa na área de Teoria e Análise Linguística, com ênfase em Análise do Discurso, atuando nos temas: discurso político, violência, intolerância, redes sociais e mídia.

Aluna e bolsista CAPES de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFSCar. Mestre em Linguística pela UFSCar. Desenvolve pesquisa na área de Teoria e Análise Linguística, com ênfase em Análise do Discurso, atuando nos temas: discurso político, violência, intolerância, redes sociais e mídia.

Referências

Maingueneau, D. 2001. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez.

Maingueneau, D. 2008a. A propósito do ethos. In A. R. Motta, L. Salgado (orgs). Ethos discursivo, pp. 11-32. São Paulo: Contexto.

Maingueneau, D. 2008b. Gênese dos discursos. Trad. de Sírio Possenti. São Paulo: Parábola Editorial.

Maingueneau, D. 2008c. Cenas da enunciação. Trad. de Sírio Possenti e Maria Cecília Pérez de Souza-e-Silva. São Paulo: Parábola Editorial.

Maingueneau, D. 2010. Doze conceitos em análise do discurso. Trad. de Sírio Possenti e Maria Cecília Pérez de Souza-e-Silva e Sírio Possenti. São Paulo: Parábola Editorial.

Maingueneau, D. 2011. Ethos, cenografia, incorporação. In R. Amossy (Org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos, pp. 69-92. São Paulo: Contexto.

Moreira, R. 2012. A designação de violência em dicionários de língua. Revista Fragmentum 33: 40-48.

Possenti, S. e Mussalim, F. 2010. Contribuições de Dominique Maingueneau à Análise do Discurso. In L. Paula, G. Stafuzza (Orgs.). Da análise do discurso no Brasil à Análise do discurso do Brasil: três épocas histórico-analíticas, pp. 63-88. Uberlândia: EDUFU.

Scardueli, M. C. N. e Maliska, M. E. 2012. Autonomia da mulher no discurso da violência: submissão mantida. Revista ProLíngua 7, 1: 5-15.

Soulez, G. 2002. [Disponível em http://sites.uclouvain.be/rec/index.php/rec/ article/viewFile/3461/3261]. Ethos, enonciation, media: sémiotique de l’ethos. Recherches en Communication 18: 175-198 [Acceso em junho 2016].

Teles, M. A. A. e Melo, M. 2003. O que é violência contra a mulher. São Paulo: Brasiliense.

Downloads

Publicado

2020-10-19

Como Citar

Luciana Carmona, & Renata de. (2020). Corpo ferido e ethos semiotizado em campanhas de combate à violência contra a mulher. RALED, 16(1), 7–22. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/raled/article/view/33245

Edição

Seção

Artigos