Aspectos da questão metodológica na análição verbal: o continuum qualitativo-cuantitativo
DOI :
https://doi.org/10.35956/v.1.n1.2001.p.23-42Mots-clés :
ciência. guinada. teoria. metodologia.Résumé
Estamos chegando também ao esgotamento do ideal de ciência imposto pelo neopositivismo, cujo postulado de verificabilidade ditava a perspectiva metodológica da investigação científica e definia o que era ciência. Observa-se uma guinada significativa que vai da quantidade para a qualidade; da forma para a função; da unidade analítica para o indivíduo; do experimento controlado para a observação de dados autênticos; da significação imanente para a contextualização. A noção mais importante neste momento é a que sugere serem os fatos da língua uma construção social e não um dado objetivo, independente e extrínseco ao indivíduo. Assim os dados que eram tidos como naturais e infensos à subjetividade do observador, já são vistos hoje como produzidos pelo ponto de vista e pelo interesse investigativo, sem que isto signifique algo de pernicioso para a investigação. A presente exposição funda-se na noção de que a metodologia só opera eficazmente na relação com um bom problema e uma boa teoria. Assim, dois pressupostos subjazem a estas análises: (1) rejeição à dicotomia estrita entre qualidade e quantidade e (2) crença na postura indagativa como fundadora do conhecimento. O dilema não está em escolher entre uma perspectiva qualitativa, ou quantitativa, uma análise estrutural ou significativa, uma observação micro ou macro e assim por diante. O problema está em saber o que se pretende com a investigação.
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