Preservação cultural em Brasília
entre a relevância do Plano Piloto e a valorização do patrimônio em Cidades Satélites
DOI:
https://doi.org/10.18830/1679-09442024v17e53605Palavras-chave:
Brasília, Patrimônio Cultural, Preservação, Cidades-SatélitesResumo
Este artigo examina o processo de preservação do patrimônio cultural em Brasília, destacando questões centrais e marcos relevantes na temática. A análise aborda tanto o Plano Piloto, núcleo central e valorizado da cidade, quanto os núcleos satélites localizados em sua periferia. Inicialmente, são analisados os debates em torno de normativas de preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (CUB), área delimitada pelo Plano Piloto e seu entorno imediato. O CUB é protegido em três esferas: local pelo Governo do Distrito Federal, mundial pela UNESCO (1987) e federal pelo IPHAN. Esse processo evidenciou a relevância do projeto original de Lucio Costa nas definições relacionadas à preservação da cidade. No entanto, o patrimônio cultural de Brasília vai além do Plano Piloto e inclui construções centenárias em Planaltina, edificações em madeira da época da construção da cidade e infraestrutura urbana dos núcleos satélites de Taguatinga e de Ceilândia. Esses tombamentos ocorreram paralelamente ao desenvolvimento de Brasília, ampliando o debate sobre seu patrimônio. A análise conclui destacando como o discurso que valorizou esse patrimônio periférico buscou incluir sua representação na consolidação da monumentalidade e representatividade da capital brasileira.
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