Lições do projeto modernista para a Amazônia

Autores

  • Renato Leão Rego Universidade Estadual de Maringá; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa Associado UEM-UEL de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. https://orcid.org/0000-0003-1822-2907

DOI:

https://doi.org/10.18830/1679-09442024v17e45496

Palavras-chave:

Colonização, Desmatamento, Projeto, Circulação de Ideias, Transamazônica

Resumo

Em 1972, o governo brasileiro implantou um esquema de colonização e uma série de novas cidades ao longo da rodovia Transamazônica, então em construção. O projeto estatal almejava desenvolvimento regional, crescimento econômico e integração nacional, o que legitimava o regime militar. Apesar de investimentos robustos, o projeto foi abandonado como fracasso um par de anos depois. Desde então, desmatamento e baixo Índice de Desenvolvimento Humano têm marcado aquela região. O artigo analisa o projeto de colonização e sua materialização através do método histórico interpretativo e da morfologia urbana, com base em documentos originais, visita de campo e estudos econômicos, políticos, sociais, ambientais e agrícolas. Apresenta a noção de desenvolvimento e de modernização nacional fortemente ligada à transformação física do ambiente natural. Em seguida examina o esquema de colonização e o layout das novas cidades propostas, comparando-os com o empreendimento privado de colonização do norte do Paraná, modelo para o projeto transamazônico de colonização. Por fim, o artigo aponta problemas deste empreendimento de ocupação da Amazônia e considera o fiasco deste planejamento. Argumenta-se que o projeto urbano e arquitetônico foi tratado como sinal da modernidade na medida em que ele implicava um resultado radicalmente distinto tanto da realidade urbana contestada quanto do ambiente natural a ser subjugado. O pensamento modernista e os traçados funcionalistas materializaram a aspiração de transformar completamente o habitat ao invés de adaptar-se a ele.

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Biografia do Autor

Renato Leão Rego, Universidade Estadual de Maringá; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa Associado UEM-UEL de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Renato Leão Rego é um arquiteto brasileiro e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Suas atividades de ensino se concentram na arquitetura moderna e na história do planejamento urbano, seu projeto de pesquisa atual está relacionado à construção de novas cidades em países em desenvolvimento. Foi pesquisador associado do Centre for Iberian and Latin American Visual Studies (CILAVS), Birkbeck College; professor visitante do Center for Latin American Studies da Universidade da Flórida; e professor convidado na Universidade de Harvard. Publicou amplamente sobre a difusão de ideias de planejamento no Brasil. É autor de Ideias para novas cidades: arquitetura e urbanismo no interior do Brasil do século XX (2019).

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Publicado

19-03-2024

Como Citar

Rego, R. L. (2024). Lições do projeto modernista para a Amazônia. Paranoá, 17, e45496. https://doi.org/10.18830/1679-09442024v17e45496

Edição

Seção

Paisagens de Poder: Projeto, Arquitetura e Urbanismo em Cidades Capitais

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