As Revistas do Museu Júlio de Castilhos e a exposição Memória e Resistência
reflexões sobre representações descolonizadas
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v10i19.34656Palavras-chave:
Museu Júlio de Castilhos, indígenas, revistas, colonialidade, descolonização, representações.Resumo
Neste artigo investigamos as representações sobre os povos originários presentes na Revista do Museu Júlio de Castilhos e Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, publicadas entre os anos de 1952 e 1958, pelo Museu Júlio de Castilhos. Também, analisamos os sentidos atribuídos à s revistas ao serem inseridas na exposição Memória e Resistência como documentos históricos do museu. Ainda, refletimos sobre as heranças colonialistas do museu através do conceito de colonialidade do saber e do poder e sobre as rupturas desse processo a partir de ações recentes do museu que busca descolonizar-se. Compreendemos que a exposição Memória e Resistência propôs uma crítica da colonialidade do museu por meio da exposição do conteúdo de suas revistas e ao mesmo tempo evidenciou que os povos Kaingang e Mbya-Guarani, antes compreendidos como objetos de estudo, agora, tornam-se protagonistas do processo de construção de suas próprias representações, ao participarem da elaboração da exposição.
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