As Revistas do Museu Júlio de Castilhos e a exposição Memória e Resistência

reflexões sobre representações descolonizadas

Autores

  • Roberta Madeira de Melo
  • Zita Rosane Possamai

DOI:

https://doi.org/10.26512/museologia.v10i19.34656

Palavras-chave:

Museu Júlio de Castilhos, indígenas, revistas, colonialidade, descolonização, representações.

Resumo

Neste artigo investigamos as representações sobre os povos originários presentes na Revista do Museu Júlio de Castilhos e Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, publicadas entre os anos de 1952 e 1958, pelo Museu Júlio de Castilhos. Também, analisamos os sentidos atribuídos às revistas ao serem inseridas na exposição Memória e Resistência como documentos históricos do museu. Ainda, refletimos sobre as heranças colonialistas do museu através do conceito de colonialidade do saber e do poder e sobre as rupturas desse processo a partir de ações recentes do museu que busca descolonizar-se. Compreendemos que a exposição Memória e Resistência propôs uma crítica da colonialidade do museu por meio da exposição do conteúdo de suas revistas e ao mesmo tempo evidenciou que os povos Kaingang e Mbya-Guarani, antes compreendidos como objetos de estudo, agora, tornam-se protagonistas do processo de construção de suas próprias representações, ao participarem da elaboração da exposição. 

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Publicado

2021-05-31

Como Citar

Madeira de Melo, R. ., & Possamai, Z. R. (2021). As Revistas do Museu Júlio de Castilhos e a exposição Memória e Resistência: reflexões sobre representações descolonizadas. Museologia & Interdisciplinaridade, 10(19), 189–202. https://doi.org/10.26512/museologia.v10i19.34656