Os Desajustados da Floresta
corpos dissidentes em museus insubordinados
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v10i20.33903Palavras-chave:
Museu. Museologia. Queermuseu. Indisciplina. Desobediência. Insubordinação.Resumo
Adotando a indisciplina como ponto de vista para observar museus e exposições, este artigo analisa a exposição Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira, cuja censura em 2017 levou a um movimento no Rio de Janeiro pela sua abertura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, entre agosto e setembro de 2018. Nossa análise se baseia no potencial de insubordinação de uma exposição que se tornou um devir do socio-ativismo museal no contexto político brasileiro nos anos que antecederam à eleição do presidente Jair Bolsonaro. Com base na análise etnográfica da exposição e do programa educativo da EAV, buscamos compreender as disputas de narrativa sobre o “queer” e o “normal” ou o “ajustado”, denunciando a violência museal sobre os corpos dissidentes e discutindo as apropriações contemporâneas dos museus em sua insubordinação ao poder disciplinar.
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