Terra mercadoria, terra vazia
povos, natureza e patrimônio cultural
DOI:
https://doi.org/10.26512/insurgncia.v1i1.18789Palabras clave:
terra. povos tradicionais. natureza. direito socioambiental.Resumen
A cultura proprietária moderna e capitalista entende a terra como mercadoria e para que seja uma efetiva mercadoria deve estar vazia. Tudo o que tornar a terra permanentemente ocupada, como a natureza animal e vegetal, os índios e as populações tradicionais, são obstáculos para o exercício do direito de propriedade e considerado entrave ao livre desenvolvimento capitalista. Neste mesmo sentido, em relação à terra urbana, o patrimônio cultural edificado exerce o mesmo entrave à concepção capitalista de mercantilização do valor da terra e dos seres e recursos presentes em seu contexto. A terra passou a ser uma mercadoria em si, com tanto mais valor quanto mais vazia estiver. Por isso os povos das florestas, as populações que usam a terra segundo suas tradições coletivas, a natureza viva, as plantas e os animais, e as edificações protegidas como patrimônio cultural são considerados entraves, obstáculos para a livre comercialização da terra.
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