A escala como imperativo geográfico

a dualidade escalar e a não-escalaridade em “Jogos de escalas: a experiência da microanálise”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rhh.v12i26.56723

Palavras-chave:

Escala, Geografia, História, Micro-história

Resumo

O conceito de escala é aqui enfatizado desde uma perspectiva geográfica para uma leitura crítica de partes da obra “Jogos de Escalas: a experiência da microanálise”, organizada por Jacques Revel. São apresentadas algumas conceituações de escala (cartográfica e geográfica) para, então, examinar o seu emprego na “Apresentação” do livro e nos capítulos “Microanálise e construção do social”, escritos por Jacques Revel, e “Sobre a escala na história”, de autoria de Bernard Lepetit, visando uma reflexão sobre os limites e as potencialidades do uso do conceito, tendo por referência a micro-história. A principal crítica é dirigida à dualidade escalar “micro vs. macro” e a não-escalaridade presente em diferentes trechos dos capítulos. Propõe-se a escala geográfica como conceito dinâmico, capaz de aproximar a Geografia e a História, destacando a necessidade de uma abordagem não hierárquica e integradora das ciências.

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Publicado

2024-12-30

Como Citar

Maluly, V. S. (2024). A escala como imperativo geográfico: a dualidade escalar e a não-escalaridade em “Jogos de escalas: a experiência da microanálise”. História, histórias, 12(26). https://doi.org/10.26512/rhh.v12i26.56723

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