Criatividade e Grafos Existenciais em C. S. Peirce
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v7i3.28453Palavras-chave:
lógica diagramática; dedução; criatividade; Charles S. Peirce; grafos existenciaisResumo
O raciocínio lógico dedutivo é comumente definido como analítico e explicativo, no sentido em que nada acrescenta, em sua conclusão, além daquilo já contido nas premissas do argumento. Contudo, duas importantes conclusões da filosofia da lógica de Charles S. Peirce contestam essa suposta trivialidade do raciocínio dedutivo: (i) dedução é matéria de experimento e observação; e (ii) dedução é um tipo de raciocínio diagramático. O objetivo deste trabalho é mostrar com essas duas conclusões estão interligadas e como, juntas, podem elucidar aspectos criativos da lógica. Para isso, serão discutidas as seguintes teses. Primeiro, a prova dedutiva inclui uma etapa criativa (Peirce a chama de dedução teoremática) que explica como um raciocínio analítico pode, em alguns casos, ser surpreendente em suas conclusões. Segundo, sistemas formais que incluem representações diagramáticas, como os Grafos Existenciais, são mais eficientes em representar inferências dedutivas do tipo teoremáticas.
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