A Questão da Vida no Pensamento de Michel Foucault
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v10i1.47473Parole chiave:
Vida. Biopoder. Homem. Foucault.Abstract
Uma investigação acerca do conceito da vida na obra de Michel Foucault leva tanto a um entendimento mais preciso do desenvolvimento de sua obra quanto à elaboração de um olhar crítico a respeito de interpretações recentes de seu pensamento, crítico sobretudo em relação às leituras do conceito de biopolítica que oscilam entre uma interpretação positiva e uma interpretação negativa desse conceito. As análises desse termo, que proliferaram entre as recentes leituras da obra de Foucault, parecem ressentir-se de uma compreensão mais apurada do problema da vida, de que resulta em larga medida a própria acuidade das reflexões foucaultianas acerca do biopoder. O que sobretudo orienta esta breve e incipiente reflexão a respeito da noção de vida em Foucault é tanto a constatação de Muhle (2021) de que Foucault não atribui um estatuto ontológico para a noção de vida e de que essa vida é tanto objeto (Gegenstand) quanto modelo de funcionamento do biopoder (Funktionsmodell), quanto a suposição de Mauer (2015) de que Foucault se volta para a noção de vida para, assim, desviar-se do conceito de homem, i.e., do humanismo. Essas duas hipóteses nos auxiliam não somente a lançar luz sobre a elaboração do conjunto do pensamento de Foucault, particularmente a respeito do biopoder, como também sobre as recentes leituras relativas à noção de biopolítica.
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