Exercício de dobradura

sobrepondo os vértices opostos da filosofia do conceito francesa e da teoria crítica frankfurtiana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v12i3.56787

Palavras-chave:

Epistemologia francesa. Tradição crítica. Dialética.

Resumo

A partir de uma afirmação de Michel Foucault que pode ser vista ao mesmo tempo como incrivelmente precisa e também como um disparate, este texto se propõe a investigar a afinidade conceitual entre os três grandes nomes da epistemologia histórica francesa - quais sejam, Gaston Bachelard, Georges Canguilhem e Jean Cavaillès - e a teoria crítica frankfurtiana. Sem descuidar das distâncias irredutíveis entre uma e outra tradição do pensamento contemporâneo, o objetivo é o de dar a ver que a primeira das duas apresenta uma dimensão propriamente dialética, a reclamar assim uma dignidade conceitual para a prática científica que os principais teóricos da chamada escola de Frankfurt nunca foram capazes de reconhecer. Desse modo, talvez fique entrevisto uma outra abordagem conceitual para a própria dialética.

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Biografia do Autor

Ivan de Oliveira Vaz, Universidade de São Paulo

Possui graduação e doutorado em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Áreas de interesse: Epistemologia, História das ciências, História do pensamento filosófico, Teoria das ciências humanas, Teoria política.

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Publicado

31-03-2025

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