Nunca fomos tão hobbesianos

marcas civilizatórias contemporâneas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v11i3.50531

Palavras-chave:

Religião, Cristianismos, Modernidade, militarização

Resumo

O texto trata de relações originárias e históricas na forma “civilizatória” da sociabilidade do capital, problematizando a moderna constituição do que reconhecemos como elos orgânicos entre religião - em particular a que se impõe hegemonicamente no mundo moderno ocidental, as monoteístas de matriz cristã - e expressões belicistas e militarizadas da vida social como o lidar socialmente com o aprofundamento da crise do capital e as características regressivas da modernidade. Argumenta sobre as bases para a compreensão de visível incremento do totalitarismo como mediação social no mundo atual na relação com o que percebemos como um adensamento da cristianização das relações na política, a exemplo do que vivenciamos no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tatiana Pereira, Universidade Federal Fluminense

Professora permanente do Programa de Pós Graduação em Serviço Social e Desenvolvimento Regional - PPGSSDR-UFF. Docente associada da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (ESS/UFF). Doutora e mestre em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ) e graduada em serviço social pela ESS/UFRJ. Integrante do TEIA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Trabalho, Educação e Serviço Social, da Universidade Federal Fluminense. Componente das Articuladas (@articuladasrj), coletivo de mulheres de organizações, entidades e movimentos de assessoria, formação política e mobilização contra a violência racial e sexista do Estado. Estuda temas como movimentos sociais, feminismos, relações sociais de sexo e raciais, modernidade, território, políticas urbanas, Estado. Desenvolveu sua carreira profissional na assessoria a movimentos sociais urbanos - trabalhando pela ONG FASE - antes de ingressar na academia. Alguns textos encontram-se acessíveis na rede https://uff.academia.edu/TatianaDahmer.

Referências

ADORNO, Theodor Wiesengrund; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1985.

ALVES, José Claudio Souza. Dos barões ao extermínio: a história da violência na Baixada Fluminense. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2020.

ALVES, José Eustáquio; CAVENAGHI, Suzana Marta; BARROS, Luiz Felipe Walter. A transição religiosa brasileira e o processo de difusão das filiações evangélicas no Rio de Janeiro. Horizonte: Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, v. 12, n. 36, p. 1055-1085, out./dez. 2014. DOI: https://doi.org/10.5752/P.2175-5841.2014v12n36p1055

APPADURAI, Arjun. Fadiga da democracia. In: Geiselberger, Heinrich. A grande regressão: um debate internacional sobre os novos populismos — e como enfrentá-los. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 2019, pp.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo e totalitarismo. São Paulo: Editora Companhia das Letras (Companhia de Bolso), 2012.

ARMSTRONG, Karen. Em nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. São Paulo: Editora Companhia das Letras (Companhia de Bolso), 2009.

BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

BENJAMIN, Walter. O capitalismo como religião. São Paulo: Editora Boitempo, 2013.

ELIAS, N. O processo civilizador: formação do estado e civilização. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 1994.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1968.

FEDERICI, Silvia. O Calibã e a bruxa. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

FLAUZINO, Ana Lucia Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. 2. ed. Brasília: Editora Brado Negro, 2017.

FREUD, Sigmund. O futuro de uma ilusão: o mal-estar na civilização e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1996.

HOBBES, Thomas. Leviatã: Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2003.

KURZ, Robert. O colapso da modernização. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2004.

LAFER, Celso. Prefácio. In: ARENDT, Hannah. Sobre a violência. São Paulo: Editora Boitempo, 2016.

LE GOFF, Jacques. Pode a história ser dividida em pedaços? São Paulo: Editora UNESP, 2015.

LE GOFF, Jacques. O Deus na Idade Média: conversas com Jean-Luc Pouthier. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2007.

LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999.

LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil: ensaio sobre a origem, os limites e os fins verdadeiros do governo civil. Introdução de J.W. Gough; tradução de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1994. (Coleção Clássicos do Pensamento Político).

LUXEMBURG, Rosa. Kirche und Sozialismus. Disponível em: https://www.marxists.org/deutsch/archiv/luxemburg/1905/xx/kirche.htm.

MARRAMAO, Giacomo. Poder e secularização: as categorias do tempo. São Paulo: Editora UNESP, 1995.

MARX, Karl. Manuscritos econômicos e filosóficos. São Paulo: Editora Boitempo, 2010.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Editora Boitempo, 2007.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Rio de Janeiro: N-1 Edições, 2017.

MENEGAT, Marildo. A crítica do capitalismo em tempos de catástrofe: o giro dos ponteiros do relógio no pulso de um morto e outros ensaios. Rio de Janeiro: Editora Consequência, 2019.

MENEGAT, Marildo. Estudos sobre ruínas. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2010.

MENEGAT, Marildo. Violência e barbárie: um pequeno estudo sobre as origens remotas do bolsonarismo. Revista Argumentum. v. 11, n. 2, p. 7-16, maio/ago. 2019. DOI: http://10.18315/argumentum.v11i2.26864.

MISHRA, Pankaj. A política na era do ressentimento: o tenebroso legado do Iluminismo. In: Geiselberger, Heinrich. A grande regressão: um debate internacional sobre os novos populismos — e como enfrentá-los. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 2019, pp.

OLIVEIRA, Denilson de Araújo; ALMEIDA, Guilherme; SANTOS, Márcia Cristina Brasil; CARVALHO, Silvia de Sousa; PEREIRA, Tatiana Dahmer. Sobre humanos e destituição de humanidades: da construção do ódio à diferença na modernidade periférica. Belo Horizonte: Editora Navegando, 2019. (E-book).

POLANYI, Karl. A grande transformação: as origens de nossa época. Tradução de Fanny Wrabel. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2000.

RAMINELLI, Ronald; FEITLER, Bruno. Apresentação. Tempo. Revista do Departamento de História da UFF, v. 16, n. 30, p. 13-21, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-77042011000100001

WALLERSTEIN, Immanuel. Capitalismo histórico e civilização capitalista. Rio de Janeiro: Editora Contraponto, 2001.

WALLERSTEIN, Immanuel. O universalismo europeu. São Paulo: Editora Boitempo, 2007.

WARNECKE, Andrea; REITMAIR-JUÁREZ, Susanne. Um Gottes Willen? Die ambivalente Rolle von Religionen in Konflikten. Áustria: Österreichisches Studienzentrum für Frieden und Konfliktlösung (ÖSFK) Austrian Study Centre for Peace and Conflict Resolution ASPR, 2017. Disponível em: https://www.academia.edu/35636240/Um_Gottes_Willen_Die_Ambivalente_Rolle_von_Religionen_in_Konflikten. Acesso em: 17 out. 2019.

WEBER, Max. Ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2004.

WILLIAMS, Eric. Capitalismo e escravidão. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2012.

Downloads

Publicado

30-09-2024

Como Citar

PEREIRA, Tatiana. Nunca fomos tão hobbesianos: marcas civilizatórias contemporâneas. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 77–110, 2024. DOI: 10.26512/rfmc.v11i3.50531. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/50531. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

v. 11 n. 3 (2023): Metafísica e Filosofia Política

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2024 Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da primeira publicação para a revista. Em virtude dos artigos aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.