As irmandades negras na encruzilhada do “sincretismo”
leituras sobre o Catolicismo e as religiosidades afro-baianas nos séculos XIX e XX
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v1i36.31701Palavras-chave:
Religiosidades Negras. Irmandades Negras. Salvador.Resumo
Objetos de pesquisa explorados desde o início do século XX, as religiosidades afro-baianas foram analisadas em larga medida por narrativas folclorizantes e eivadas de diferentes preconceitos e racismos, que acabaram nutrindo o senso comum a respeito das suas práticas. A partir do último quartel dos novecentos, estas narrativas foram enfrentadas pela crítica de diferentes grupos étnicos e religiosos, além da academia. Neste artigo traçamos uma breve leitura a respeito desta encruzilhada de práticas religiosas e suas respectivas interpretações, utilizando como ponto de partida a experiência de membros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Pelourinho e de outras manifestações religiosas soteropolitanas, entre os séculos XIX e XX. Neste espaço a religiosidade afro-baiana foi e ainda é experimentada entre os seus integrantes e nos oferece aportes para sugerir uma outra forma de se interpretar as suas práticas.
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