Fuga a três vozes

Auteurs-es

  • Klaas Woortmann
  • Ellen F. Woortmann

Mots-clés :

Antropologia

Résumé

Neste artigo examinamos o sentido da fuga, fenômeno bastante freqüente entre vários grupos camponeses. Os dados empíricos foram obtidos quando realizávamos pesquisa relativa às estratégias produtivas de sitiantes em Sergipe, nos anos de 1980 e 1981. A freqüência com que dela se falava fez com que ficasse registrada em nossas notas de campo, embora não percebêssemos seu significado. Só mais tarde o compreendemos e fomos capazes de tematizá-lo. A literatura está repleta de casos de fuga de jovens enamorados que, tendo suas paixões contrariadas pelos desígnios familiares, decidem afirmar suas individualidades unindo-se contra as vontades paternas. Romeu e Julieta continuam povoando o imaginário romântico. Mas hoje a vontade familiar é cada vez menos capaz de se impor às escolhas matrimoniais. Ainda existem casamentos de conveniência, como, por exemplo, nas elites políticas. Contudo, na maioria dos casos, a imposição de valores individualistas parece ter deslocado o foco da escolha para os próprios nubentes, mesmo que princípios classificatórios, como os de classe e de raça, continuem sendo operativos na definição dos limites do "isolado matrimonial", como diria Lévi-Strauss.

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Publié-e

2018-01-30

Comment citer

Woortmann, Klaas, et Ellen F. Woortmann. 2018. « Fuga a Três Vozes ». Anuário Antropológico 16 (1):89-137. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6467.