Como uma cidade materializa a religião: Uma etnografia entre padres, romeiros e aparecidenses

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4000/aa.11900

Palavras-chave:

cidades, santuarios, consumo religioso, catolicismo brasileiro

Resumo

Este artigo integra o dossiê temático “Religiões e cidades brasileiras, caminhos cruzados” e tem por objetivo analisar antropologicamente como a religião é uma categoria fundamental para o desenvolvimento urbano da cidade paulista de Aparecida. Essa pequena cidade, com uma população de 36 mil habitantes, é famosa por sediar o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira católica do Brasil. Por esta razão, tornou-se um dos centros de peregrinação mais prestigiados do país, recebendo mais de dez milhões de peregrinos anualmente. Neste artigo, essa configuração urbana peculiar é explorada etnograficamente a partir de uma pesquisa de campo de longa duração, complementada por notícias, fotografias e entrevistas. O principal argumento do artigo é que a religião é praticada e disputada espacialmente. Isto é, o desenvolvimento urbano está imbricado com o fenômeno religioso e com as diferentes categorias de grupos que fazem a cidade, tais quais os padres, romeiros e aparecidenses.

 

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Biografia do Autor

Adriano Godoy, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento

Pesquisador do Programa Internacional de Pós-Doutorado e do Núcleo de Religiões no Mundo Contemporâneo, no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Doutor em antropologia social pela Universidade Estadual de Campinas e pesquisador visitante de pós-doutorado na Universidade de Edimburgo, Escócia.

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Publicado

2024-05-06

Como Citar

Godoy, Adriano. 2024. “Como Uma Cidade Materializa a religião: Uma Etnografia Entre Padres, Romeiros E Aparecidenses”. Anuário Antropológico 49 (1):285-306. https://doi.org/10.4000/aa.11900.