Cuidado e proteção em brinquedos de cavalo-marinho e maracatu da Zona da Mata Pernambucana

Autores

  • Raquel Dias Teixeira

DOI:

https://doi.org/10.26512/anuarioantropologico.v41i2.2016/6356

Palavras-chave:

cosmologia, religião, cavalo-marinho, maracatu, cultura popular

Resumo

Neste artigo, discorro sobre uma etnografia realizada em 2011 e 2012 com brinquedos de cavalo-marinho e maracatu de baque solto (maracatu rural). Evidencio as atualizações do cuidado com os brinquedos e de rituais de proteção, que envolvem as relações sociocosmológicas dos brincadores. Tenho como referência teórica a discussão sobre socialidade e cosmologia no domínio dos dois brinquedos, num plano de atuação que envolve os vivos e os mortos. Procuro demonstrar que a produção de significados sociocósmicos, seja nos rituais de proteção, seja no próprio desenrolar do brincar, se configura em função das práticas e experiências devocionais dos brincadores. As afiliações cosmológicas dos brincadores são plurais, podendo se referenciar, no universo estudado, à religião católica, à evangélica, à umbanda, ao catimbó (e jurema) e ao candomblé (xangô).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALCURE, Adriana Schneider. 2007. A Zona da Mata é rica de cana e brincadeira: uma etnografia do Mamulengo. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
BENJAMIN, Roberto Emerson Câmara. 1989. Folguedos e Danças de Pernambuco. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife.
BRUSANTIN, Beatriz de Miranda. 2011. Capitães e Mateus: relações sociais e as culturas festivas e de luta dos trabalhadores dos engenhos da Mata Norte de Pernambuco (Comarca de Nazareth ”“ 1870-1888). Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas.
CHAVES, Suiá Omim Arruda C. 2008. Carnaval em terras de caboclo: uma etnografia sobre maracatus de baque solto. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional.
______. 2011. “Carnaval em terras de caboclo: saber e ‘cultura’ no maracatu de baque solto”. Revista Enfoques, 10:91-113.
FEITOSA, José Roberto & TELLES, Maria Otília. 2011. “Maracatus rurais do Recife: entre religiosidade urbano-popular e a espetacularização cultural”. Anais dos Simpósios da ABHR, 12.
GARRABÉ, Laure. 2010. Les rythmes d’une culture populaire: les politiques du sensible dans le maracatu-de-baque-solto, Pernambuco, Brasil. Tese de doutorado, Universidade de Paris III.
GOMES, Edlaine de Campos. 2006. “Família e trajetória individuais em um contexto religioso plural”. In: Luiz Fernando Dias Duarte et al. (org.). Família e religião. Rio de Janeiro: ContraCapa. pp. 113-150.
GRILLO, Maria Ângela de Faria. 2011. “Cavalo-marinho: um folguedo pernambucano”. Esboços, 18(26):138-152.
MURPHY, John Patrick. 2008. Cavalo-marinho pernambucano. Belo Horizonte: Editora UFMG.
OLIVEIRA, Érico José Souza de. 2006. A roda do mundo gira: um olhar etnocenológico sobre a brincadeira do Cavalo Marinho Estrela de Ouro (Condado ”“ Pernambuco). Tese de doutorado, Universidade Federal da Bahia.
SEMÁN, Pablo. 2001. “Cosmológica, holista y relacional: una corriente de la religiosidade popular contemporánea”. Ciencias Sociales y Religión, 3(3):45-74.
SILVA, Severino Vicente. 2005. Festa de caboclo. Recife: Associação Reviva.
______. 2008. Maracatu Estrela de Ouro de Aliança: a saga de uma tradição. Recife: Reviva.
STRATHERN, Marilyn. 2006. O gênero da dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Editora Unicamp.
TEIXEIRA, Raquel Dias. 2013. A poética do cavalo-marinho: brincadeira-ritual na Zona da Mata de Pernambuco. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002. “O conceito de sociedade em antropologia”. In: ______. A Inconstância da Alma Selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify. pp. 295-316.
WAGNER, Roy. 2010. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify.

Downloads

Publicado

2018-01-25

Como Citar

Teixeira, Raquel Dias. 2018. “Cuidado E proteção Em Brinquedos De Cavalo-Marinho E Maracatu Da Zona Da Mata Pernambucana”. Anuário Antropológico 41 (2):77-94. https://doi.org/10.26512/anuarioantropologico.v41i2.2016/6356.