O Auto de carnaval em São Tomé e Príncipe

Fato e texto

Autores

  • Wilson Trajano Filho

Palavras-chave:

Antropologia, Carnaval

Resumo

O carnaval de São Tomé e Príncipe não tem a exuberância, grandiosidade e visibilidade que têm os carnavais do Rio de Janeiro, Recife, New Orleans e Veneza. Diferentemente do carnaval brasileiro, no qual o mundo social simbolicamente se inverte e as atividades cotidianas são temporariamente suspensas com a devida chancela do Estado durante quatro dias, o carnaval santomense tem lugar apenas na terça-feira gorda e não cria uma suspensão e inversão social quase total. Não tem também a grandiloqüência e a riqueza das parades de New Orleans nem dos desfiles de máscaras do carnaval veneziano. A participação popular no carnaval santomense é realizada segundo um outro modelo. Seu evento central é uma espécie de auto no qual se dramatiza uma série de episódios retirados do cotidiano das roças e freguesias. Formalmente, esta dramatização tem uma clara continuidade com o auto medieval português ”” uma das formas mais populares do antigo teatro em Portugal, forma que alcançou seu resplendor na época de formação do compromisso social que gerou a sociedade crioula de São Tomé e Príncipe, e que ali foi crioulizada, ganhando uma especificidade própria.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANJOS, G. 1991. Rapport sur le Seuil d e Pauvreté de l'Année 1987 à 1990. São Toms: PNUD.
AUSTIN, J.L. 1962. How to Do Things with Words. Cambridge: Harvard University Press.
BATESON, G. 1958. Naven. Stanford: Stanford University Press.
CARREIRA, A. 1983. Migrações nas Ilhas de Cabo Verde. Lisboa: Instituto Cabo-verdiano do Livro.
CARVALHO, H. 1981. Deux Langues Créoles: le Criól du Cap-Vert et le Forro de São Tomé. Biblios 57: 1-13.
DA MATTA, R. 1991. Carnavais, Malandros e Heróis. 5 a edição. Rio de Janeiro: Guanabara.
FERRAZ, L.I. 1990. Uma Avaliação Lingüística do Angolar. Papia 1: 38-46.
FORTES, M. 1953. The Structure of Unilineal Descent Group. American Anthropologist 55: 17-41.
GEERTZ, C. 1973. The Interpretation o f Cultures. New York: Basic Books.
MAUSS, M. 1974. "Ensaio sobre a Dádiva". In Antropologia e Sociologia (Marcel Mauss). Vol. 2. São Paulo: EDUSP.
PINTO, M.R. 1970. História da Ilha de São Thomé. Editado por P.A. Ambrosio. Studia 30/31: 205-329.
RADCLIFFE-BROWN, A.R. 1950. "Introduction". In African Systems o f Kinship and Marriage (A.R. Radcliffe-Brown & D. Forde, eds.). London: Oxford University Press.
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE. 1975. Esboço Histórico das Ilhas de São Tomé e Príncipe. Tomé: Imprensa Nacional.
SEARLE, J. 1969. Speech Acts. Cambridge: Cambridge University Press.
TENREIRO, F. 1961. A Ilha de São Tomé. Lisboa: Junta de Investigação do Ultramar.
TRAJANO FILHO, W. 1984. Músicos e Música no Meio da Travessia. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília.
TURNER, V.W. 1967. The Forest of Symbols. Ithaca: Cornell University Press.
_______. 1968. The Drums o f Affliction. Oxford: Clarendon Press.
_______. 1975. Revelation and Divination in Ndembu Ritual. Ithaca: Cornell University Press. WILSON, M. 1957. Rituals o f Kinship among the Nyakyusa. London: Oxford University Press.
_______. 1959. Communal Rituai: o f the Nyakyusa. London: Oxford University Press. WOORTMANN, K. & E. WOvRTMANN. 1993. Fuga a Três Vozes. Anuário Antropológico! 91 (no presente volume).

Downloads

Publicado

2018-01-30

Como Citar

Trajano Filho, Wilson. 2018. “O Auto De Carnaval Em São Tomé E Príncipe: Fato E Texto”. Anuário Antropológico 16 (1):189-220. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6470.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.