A luta das mulheres indígenas na América Latina e a crise ambiental

Autores

  • Lia Pinheiro Barbosa Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  • Luciana Nogueira Nóbrega

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v25i52.45426

Palavras-chave:

Mulheres ´indígenas. , Am´érica Latina., Crise Ambiental., Ecologia Política.

Resumo

No âmbito das resistências indígenas latino-americanas, destaca-se a ação política das mulheres indígenas, que constroem lutas diárias em articulações locais, nacionais e transnacionais. A partir de pesquisa bibliográfica (com a priorização dos trabalhos produzidos pelas mulheres indígenas) e documental (em referência aos documentos produzidos pelas diferentes expressões dos movimentos de mulheres indígenas na América Latina), buscamos investigar as contribuições e os caminhos apontados por tais movimentos para a crítica radical ao modelo de desenvolvimento vigente. A luta das mulheres indígenas na América Latina tem trazido contribuições relevantes, inclusive teóricas e metodológicas, para pensarmos em saídas para a encruzilhada de vida e morte que o sistema capitalista nos colocou. O “território-corpo”, categoria reivindicada pelas mulheres indígenas do Brasil, do México, da Guatemala e da Bolívia, por exemplo, emerge com potência e lança luzes à “crítica ecológica”, tendo muito a aportar à ecologia política feminista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

I Marcha das Mulheres Indígenas – 2019. Documento Final. Disponível em https://cimi.org.br/2019/08/marcha-mulheres-indigenas-documento-final-lutar-pelos-nossos-territorios-lutar-pelo-nosso-direito-vida/. Acesso em 20 de abril de 2021.

ACOSTA, A. Extrativismo y neoextrativismo: dos caras de la miesma maldición. Quito: Fundación Rosa Luxemburgo, 2011.

______. Antropoceno, capitaloceno, faloceno y más. Rebelión, [s. l.], 02 fev.

, opinión. Disponível em: https://rebelion.org/antropoceno-capitaloceno-faloceno-y-mas/. Acesso em 29 nov. 2021.

AGUILAR, R.G.; GAONA, S.R. Producción de lo común contra las separaciones capitalistas – hilos de una perspectiva crítica comunitaria en construcción. In: ROCA-SERVAT, D.; PERDOMO-SÁNCHEZ, J. (Comp.). La lucha por los comunes y las alternativas al desarrollo frente al extractivismo: miradas desde las ecología(s) política(s) latinoamericanas. Buenos Aires: Clacso, 2020, p. 41-65.

ARAÚJO, N. M. S.; SILVA, M.G. O metabolismo social e sua ruptura no capitalismo: aspectos históricos e sua configuração na etapa de financeirização da natureza. Germinal: marxismo e educação em debatev.13, n.2, p.151-173, 2021.

BARABÁS, A. Diálogos con el Territorio. Simbolizaciones sobre el espacio en las culturas indígenas de México. Colección Etnografía de México. México: CONACULTA-INAH, 2003.

BARBOSA, L.P. “Epistemologias de Nosotras, Feminismos e Teoria da Selva na construção do conhecimento: aportes das mulheres Zapatistas”. Revista Brasileira de Educação do Campo. 3(4): 1128-1155, 2018.

______. “Florescer dos feminismos na luta das mulheres indígenas e camponesas da América Latina”. Revista Norus, 7(11): 197-231, 2019.

______. De las mujeres como energía vital y las reverberaciones de la lucha en defensa de los territorios y de los comunes en América Latina. In: CALDERÓN CISNEROS, A.; OLIVERA BUSTAMANTE, M.; ARELLANO NUCAMENDI, M. (coords.). Territorios para la vida. Mujeres en defensa de sus bienes naturales y por la sostenibilidad de la vida. Chiapas: UNICACH, 2021, pp. 23-55.

BONIN, Iara Tatiana. Mulheres indígenas: a dimensão do cuidado como potência. In: PAIM, Elisângela Soldateli (Org.). Resistências e re-existências: mulheres, território e meio ambiente em tempos de pandemia. São Paulo: Editora Funilaria; Fundação Rosa Luxemburgo, 2020.

CABNAL, L. Feminismos diversos: el feminismo comunitario. España: ACSUR – Las Segovias, 2010.

CALVEIRO, P. Resistir al neoliberalismo: comunidades y autonomías. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO; Ciudad de México: Siglo XXI, 2021.

COBA, L.; BAYÓN JIMÉNEZ, M. “Kawsak Sacha: la organización de las mujeres y la traducción política de la Selva Amazónica en el Ecuador”. In: CRUZ-HERNÁNDEZ, D.T.; BAYÓN JIMÉNEZ, M. (orgs.). Cuerpos, territorios y feminismos. Compilación latinoamericana, de teorías, metodologías y prácticas políticas. Ecuador/México: Ediciones Abya Yala/Libertad Bajo Palabra/ Bajo Tierra Ediciones, 2020 pp. 141-159.

CRUZ HERNÁNDEZ, D.T. Mujeres, cuerpo y territorios: entre la defensa y la desposesión. In: CRUZ HERNÁNDEZ, D. T.; BAYÓN JIMÉNEZ, M. (orgs.). Cuerpos, territorios y feminismos. Compilación latino-americana, de teorías, metodologías y prácticas políticas. Ecuador/México: Ediciones Abya Yala/Libertad Bajo Palabra/ Bajo Tierra Ediciones, 2020 pp. 45-61.

CRUTZEN, Paul J. Geology of Mankind. Nature, Texas, v. 415, n. 23, p. 23, 03 jan. 2002. Disponível em www.geo.utexas.edu/courses/387h/PAPERS/Crutzen2002.pdf. Acesso em 29 nov. 2021.

GONZÁLEZ, A.T. Mujeres indígenas en defensa de la tierra. Madrid: Ediciones Cátedra, 2018.

GUDYNAS, E. Teología de los extractivismos. Tabula Rasa. Bogotá, Colombia, n. 24: 11-23, enero-junio 2016.

HARVEY, D. A loucura da Razão Econômica: Marx e o Capital no século XXI. São Paulo: Boitempo, 2018.

HERRERO, Y. Economía ecológica y economía feminista: un diálogo necesario. In: CARRASCO BENGOA, C. (Ed.). Con voz propia. La economía feminista como apuesta teórica y política. Madrid: La oveja roja, 2014, pp. 219-237.

KRENAK, A. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

MARX, K. Grundisse – Manuscritos econômicos e filosósicos de 1857-1858: esboço da crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2011.

MATOS, M. H. O. Mulheres no movimento indígena: do espaço da complementariedade ao lugar da especificidade. In: SACCHI, A.; GRAMKOW, M.M. (Orgs.). Gênero e Povos Indígenas. Rio de Janeiro, Brasília: Museu do Índio/GIZ/Funai, 2012, pp. 140-169.

MELLOR, M. Feminismo y ecología. México: Siglo XXI Editores, 2000.

MÉSZÁROS, I. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. São Paulo: Boitempo, 2011.

PULEO, A.H. Anjos do ecossistema? Além do antropocentrismo extremo. In: FARIA, N.; MORENO, R. (Orgs.). Análises feministas: outro olhar sobre a economia e a ecologia. São Paulo: SOF, 2012, pp. 29-50.

RODRIGUES, J. C. Resistências na Amazônia: emergência e estratégias de lutas da CPT e do MAB face à produção de complexos portuários no oeste do Pará. CRUZ, Sandra Helena Ribeiro da et al. (Orgs.). Territórios de esperança: a conflitualidade como produtora do futuro. Belém: UFPA, 2021 p. 155-180.

SEBASTIÃO. L. L. Mulher Terena: dos papéis tradicionais para a atuação sociopolítica. Dissertação de mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/Antropologia. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2012. 144 f.

SVAMPA, Maristella. Consenso de los Commodities y lenguajes de valoración en América Latina. Revista Nueva Sociedad – Nuso nº 244, março-abril de 2013. Disponível em: https://nuso.org/articulo/consenso-de-los-commodities-y-lenguajes-de-valoracion-en-america-latina/#:~:text=El%20%C2%ABConsenso%20de%20los%20Commodities,centrales%20y%20las%20potencias%20emergentes. Acesso em 10 de mai 2021.

TAVARES, I. N. Terra, água e sementes – do corpo território das mulheres indígenas a uma concepção de soberania alimentar. In: ALVES LIMA A. et al. (Orgs). Mulheres e soberania alimentar: sementes de mundos possíveis. Rio de Janeiro: Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), 2019, pp. 58-66.

Downloads

Publicado

01/31/2023

Como Citar

PINHEIRO BARBOSA, Lia; NOGUEIRA NÓBREGA, Luciana. A luta das mulheres indígenas na América Latina e a crise ambiental. SER Social, [S. l.], v. 25, n. 52, 2023. DOI: 10.26512/ser_social.v25i52.45426. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/45426. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Temáticos