Hegemonia na era da pós-verdade: extremismo de direita e ilusão de desintermediação

Autores

  • Fábio Palácio de Azevedo Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v27i56.55611

Palavras-chave:

Hegemonia, Pós-verdade, Extrema direita, Ilusão de desintermediação

Resumo

Este trabalho tem a finalidade de analisar as condições de exercício da hegemonia na nova atmosfera cognitiva que se convencionou denominar pós-verdade. Revisitamos elaborações de Antonio Gramsci e Raymond Williams, definindo a hegemonia como um sistema de significações experimentado no cotidiano, o qual conforma um “senso de realidade” para as pessoas. Em seguida, apresentamos a paisagem de pós-verdade, ressaltando um traço definidor: a crise das modernas mediações epistêmicas e sua substituição por mediações mercadológicas de tipo algorítmico, orientadas pela gramática neoliberal. Finalmente, mostramos como a extrema direita vivencia, de forma militante, o mundo da pós-verdade, focando um fundamento do discurso reacionário que definimos como ilusão de desintermediação, forma fetichizada de conceber as interações digitais como capazes de propiciar uma experiência de “liberdade” e “autonomia” pautada em suposto “acesso direto” à realidade. O artigo tem o objetivo de evidenciar como, a partir de infraestruturas econômicas e sociotécnicas determinadas, as coordenadas da ordem se tornam disposições da mente, configurando formas sutis e penetrantes de exercício da hegemonia.

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Publicado

16-12-2024

Como Citar

PALÁCIO DE AZEVEDO, Fábio. Hegemonia na era da pós-verdade: extremismo de direita e ilusão de desintermediação. SER Social, Brasília, v. 27, n. 56, 2024. DOI: 10.26512/ser_social.v27i56.55611. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/55611. Acesso em: 29 dez. 2024.