Teletrabalho: a desigualdade de gênero em evidência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v26i55.53514

Palavras-chave:

Teletrabalho., Gênero., Trabalho reprodutivo., Saúde do trabalhor.

Resumo

Este artigo problematiza alguns dos efeitos do teletrabalho, adotado a partir da pandemia de Covid-19, na vida de servidoras do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Trata-se de uma pesquisa exploratória e qualitativa, com realização de entrevistas de roteiro aberto. A investigação e a sistematização das respostas levaram em conta a análise de conteúdo. O material sistematizado foi examinado à luz da teoria social crítica do materialismo histórico-dialético. Os relatos apontaram para o aumento da demanda do trabalho reprodutivo e produtivo no cotidiano das servidoras, com custos físicos, emocionais e até financeiros adicionais na execução do teletrabalho. A condição imposta pela desigual divisão sexual do trabalho doméstico provocou ainda situações de conflito familiar. As respostas sugeriram que ocorreu o agravamento de sua condição de saúde, de forma que se pôde inferir que a experiência do teletrabalho exponenciou a desigualdade de gênero no grupo pesquisado.

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Biografia do Autor

Janaína Amaral de Moura, Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Assistente social do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSS/UFRJ); Especialista em Gênero e Sexualidade pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ).

Alzira Mitz Bernardes Guarany , Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Adjunta da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre e Doutora em Serviço Social pela ESS/UFRJ; Pós-Doutorado Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ

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Publicado

02-07-2024

Como Citar

AMARAL DE MOURA, Janaína; MITZ BERNARDES GUARANY , Alzira. Teletrabalho: a desigualdade de gênero em evidência: . SER Social, Brasília, v. 26, n. 55, 2024. DOI: 10.26512/ser_social.v26i55.53514. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/53514. Acesso em: 2 jul. 2024.

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