A atenção à família em um Centro de Atenção Psicossocial
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v22i46.25451Palavras-chave:
Política Nacional de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica. Neoliberalismo. Atenção psicossocial.Resumo
Trava-se, neste texto, uma reflexão crítica acerca das contradições expressas pela centralidade da família na Política Nacional de Saúde Mental e dos limites e possibilidades enfrentados por um Centro de
Atenção Psicossocial (Caps) para oferta de atendimento que potencialize o protagonismo familiar, levando em consideração os percalços enfrentados por este serviço em tempos de política neoliberal. Para desenvolver esta discussão, este estudo engloba o contexto objetivo do Caps e as ações executadas nesse espaço para, a partir daí, analisar a atenção em saúde mental ofertada à s famílias. Para a coleta dos dados que deram sustentação a esta pesquisa, utilizaram-se a análise documental, observações de campo e entrevistas semiestruturadas. Como resultado, verificou-se que o Caps enfrenta limites significativos, como estrutura física precária, número insuficiente de funcionários, alta rotatividade destes e parcos recursos financeiros. Este cenário decai em um atendimento focalizado no sujeito em sofrimento psíquico e com poucos espaços para o envolvimento familiar.
Downloads
Referências
ALENCAR, M. M. T. Transformações econômicas e sociais no Brasil nos anos de 1990 e seu impacto no âmbito da família. In: SALES, M. A.; MATOS, M. C.; LEAL, M. C. (Org.). Política social, família e juventude: uma questão de direitos. São Paulo: Cortez, 2010. p. 61-78.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, PT: 70, 1977.
BATISTA, A. A. Trabalho, questão social e serviço social. Cascavel, PR: Edunioeste, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Legislação em saúde mental: 1990-2004. 5. ed. ampl. Brasília: MS, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório final. CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL INTERSETORIAL, 4. Brasília: MS, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n. 34. Brasília: MS, 2013.
BRASIL. Portaria n. 3.588, de 21 de dezembro de 2017. Altera as Portarias de Consolidação no 3 e nº 6, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre a Rede de Atenção Psicossocial e dá outras providências. Diário da União. seção 1, p. 46, 22/01/2018. Brasília.
BRAZ, R. M. A família e os grupos de ajuda e suporte mútuos em saúde mental. In: VASCONCELOS, E. M. (Org.). Manual ajuda e suporte mútuos em saúde mental: para facilitadores, trabalhadores e profissionais de saúde e saúde mental. Rio de Janeiro: Escola do Serviço Social da UFRJ; Brasília: Ministério da Saúde, Fundo Nacional de Saúde, 2013. p. 149-168.
CARVALHO, M. do C. B. A priorização da família na agenda da política social. In: KALOUSTIAN, S. M. (Org.). Família brasileira, a base de tudo. 8. ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNICEF, 2008, p. 93-108.
GELINSKI, C. R. O. G.; MOSER, L. Mudanças nas famílias brasileiras e a proteção desenhada nas políticas sociais. In: MIOTO, R. C. T.; CAMPOS, M. S.; CARLOTO, C. M. (Org.). Familismo, direito e cidadania: contradições da política social. São Paulo: Cortez, 2015.
KANTORSKI, L. P. et al. Contribuições do estudo de avaliação dos Centros de Atenção Psicossocial da Região Sul do Brasil. Caderno Brasileiro de Saúde Mental, v. 1, n. 1, p. 1-9, jan.-abr./2009.
JUCA, V. J. dos S.; NUNES, M. de O.; BARRETO, S. G. Programa de Saúde da Família e Saúde Mental: impasses e desafios na construção da rede. Ciênc. saúde coletiva, v. 14, n. 1, p. 173-182, fev./2009 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232009000100023&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 04/12/2019.
LUZIO, C. A.; L’ABBATE, S. A atenção em saúde mental em municípios de pequeno e médio portes: ressonâncias da reforma psiquiátrica. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, n. 1, p. 105-116, fev. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232009000100016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 1o/06/2015.
NASCIMENTO, A. F.; GALVANESE, A. T. C. Avaliação da estrutura dos centros de atenção psicossocial do município de São Paulo, SP. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 43, p. 8-15, 2009. Supl. 1.
PEREIRA, P. A. Mudanças estruturais, política social e papel da família: crítica ao pluralismo de bem-estar. In: SALES, M. A.; MATOS, M. C.; LEAL, M. C. (Org.). Política social, família e juventude: uma questão de direitos. São Paulo: Cortez, 2006, p. 25-42.
ROSA, L. C. dos S. A inclusão da família nos projetos terapêuticos dos serviços de saúde mental. Psicologia em Revista, v. 11, n. 18, p. 205-218, dez./2005.
ROSA, L. C. dos S.; MELO, T. M. F. S. Inserções do assistente social em saúde mental: em foco o trabalho com as famílias. Serviço Social e Saúde, v. 7-8, n. 7-8, p. 75-106, dez./2009.
SAMPAIO, J. J. C. et al. O trabalho em serviços de saúde mental no contexto da reforma psiquiátrica. Um desafio técnico, político e ético. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 12, p. 4685-4694, 2011.
TEIXEIRA, S. M. Política social contemporânea: a família como referência para as políticas sociais e para o trabalho social. In: MIOTO, R. C. T.; CAMPOS, M. S.; CARLOTO, C. M. (Org.). Familismo, direito e cidadania: contradições da política social. São Paulo: Cortez, 2015.
VASCONCELOS, E. M. Desafios políticos atuais para o movimento antimanicomial no Brasil. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.crpsp.org.br/portal/midia/pdfs/reflexao_atual_conjunt_sm_0511.pdf>. Acesso em: 14/10/2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma https://creativecommons.
Copyright: Os autores serão responsáveis por obter o copyright do material incluído no artigo, quando necessário.
Excepcionalmente serão aceitos trabalhos já publicados (seja em versão impressa, seja virtual), desde que devidamente acompanhados da autorização escrita e assinada pelo autor e pelo Editor Chefe do veículo no qual o trabalho tenha sido originalmente publicado.