FINANCIAMENTO ESTADUAL DO ESPÍRITO SANTO NA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (2009-2021)
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v28i58.54147Palavras-chave:
política de saúde mental, descentralização, financiamentoResumo
O artigo propõe identificar a tendência assumida pelo estado do Espírito Santo no financiamento das ações e serviços de saúde mental (2009-2021), considerando como esse financiamento concretiza ou não as diretrizes estabelecidas no interior dos instrumentos de gestão e garante ou não os serviços e ações extra-hospitalares e de base comunitária, tal como definida na política de saúde mental. É uma pesquisa documental, de abordagem mista, e a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo como lócus da pesquisa. Entre os recursos possíveis de terem seu destino identificados, a tendência do financiamento se concentrou em instituições hospitalares (57,50%). Nos serviços extra-hospitalares, o financiamento das Residências Terapêuticas representou 23,70% dos recursos. Já para os medicamentos, a destinação foi de 18,80%. Os resultados apontaram para tendência de aumento de recursos estaduais para a saúde mental após a adesão do estado à Rede de Atenção Psicossocial, contudo centrada na lógica manicomial.
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