Intelectuais de Esquerda e a Questão Racial em Tempos Neoliberais e Pós-Modernos

Autores

  • Mário Luiz Souza CEFET-RJ

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v18i38.14274

Palavras-chave:

raça, intelectuais, classe, racismo, trabalhadores

Resumo

Fazendo uso do pensamento de Antônio Gramsci, esse artigo tem por objetivo demonstrar que diante do predomínio do pensamento pós-moderno e neoliberal na condução da forma de luta de setores do Movimento Negro, tornasse fundamental que os intelectuais marxistas critiquem esse processo mas que também proponham uma abordagem sobre a questão racial tendo como enfoque a relação raça e classe, na qual essas duas determinações sejam trabalhadas tanto nas suas especificidades quanto nos seus aspectos relacionais, como forma para se entender os problemas da população negra na atual fase do capitalismo brasileiro. Para isso, a postura economicista, que prevaleceu entre partidos de esquerda e intelectuais marxistas, salvo raras exceções como Florestan Fernandes e Octávio Ianni, que subsumia a questão racial a questão de classe, sustentando que os problemas da população negra só seriam resolvidos quando fossem equacionados os problemas de classe, deve ser definitivamente abandonada.

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Biografia do Autor

Mário Luiz Souza, CEFET-RJ

Professor do Mestrado eticorracial do CEFET-RJ e professor de História so ensino médio integrado do CEFET-RJ.

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Publicado

11/07/2016

Como Citar

SOUZA, Mário Luiz. Intelectuais de Esquerda e a Questão Racial em Tempos Neoliberais e Pós-Modernos. SER Social, [S. l.], v. 18, n. 38, p. 202–219, 2016. DOI: 10.26512/ser_social.v18i38.14274. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/14274. Acesso em: 5 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Temas Livres