Intelectuais coletivos e o processo de contrarreforma na política de saúde brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v22i46.25495

Palavras-chave:

Intelectuais coletivos. Contrarreforma na saúde. Privatização.

Resumo

Este artigo analisa as influências do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde, como intelectuais coletivos e instrumentos do capital imperialista, em países de economia dependentes. Tal processo
desencadeia na contrarreforma da política de saúde brasileira, que impõe mudanças significativas ao Sistema Único de Saúde, através da abertura do mercado e da privatização dos serviços públicos via publicização. Desse modo, tece críticas aos relatórios produzidos por esses intelectuais no
período do governo de cunho neoliberal ortodoxo de Michel Temer. A partir de um referencial crítico-dialético, utilizam-se revisão bibliográfica e pesquisa documental. Assim, aponta como esses intelectuais integram um projeto orquestrado de dominação na garantia dos interesses do
capital em escala mundial, com ênfase na política de saúde brasileira. O processo de publicização visa aprofundar o apoio a um sistema de saúde na lógica do lucro e do mercado, garantindo, com tais orientações, a hegemonia do capital financeiro.

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Biografia do Autor

Girlan Guedes dos Santos, Universidade Estadual da Paraíba

Assistente Social, mestrando do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Política de Saúde e Serviço Social, do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual da Paraíba.

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Publicado

27-01-2020

Como Citar

DA SILVA, Alessandra Ximenes; DOS SANTOS, Girlan Guedes. Intelectuais coletivos e o processo de contrarreforma na política de saúde brasileira. SER Social, Brasília, v. 22, n. 46, p. 33–53, 2020. DOI: 10.26512/ser_social.v22i46.25495. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/25495. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Cientí­ficos - Temáticos