Competência para reconhecer desinformação nas redes sociais: diagnóstico com estudantes ingressantes em cursos de graduação
DOI:
https://doi.org/10.26512/rici.v18.n2.2025.56629Palavras-chave:
Desinformação, Redes sociais, Estudantes de graduação, Competência crítica em informaçãoResumo
Este artigo tem como objetivo analisar a competência dos estudantes para reconhecer desinformação nos sites de redes sociais, na perspectiva da sua formação para lidar com esse ambiente informacional. Especificamente, responde à seguinte questão de pesquisa: como os estudantes ingressantes nos cursos de graduação da área da Ciência da Informação reagem quando recebem desinformação das redes sociais?. Pesquisa diagnóstica, de análise descritiva e avaliação quantitativa, coletou os dados por meio da aplicação de um questionário a 196 estudantes ingressantes de graduação de 10 universidades públicas do Brasil. Os resultados revelaram que, apesar da intensa conectividade dos estudantes, isso não os transforma em especialistas no reconhecimento de informações falsas. Essa constatação evidencia que os estudantes necessitam de qualificação em competência crítica em informação para entenderem como funcionam as muitas atividades de desinformação que ocorrem na sociedade e como estas servem ou suprimem objetivos democráticos.
Downloads
Referências
ALVES, Marco Sousa; MACIEL, Emanuella Halfeld. O fenômeno das fake news: definição, combate e contexto. Internet & Sociedade, [s.l.], v. 1, n. 1, p. 144 –171, jan. 2020. Disponível em: https://revista.internetlab.org.br/o-fenomeno-das-fake-news-definicao-combate-e-contexto/. Acesso em: 6 fev. 2024.
ANDERSEN, Jack. Information criticism: Where is it? In: LEWIS, Alison. (org.). Questioning library neutrality. Essays from Progressive Librarian. Duluth, Minnesota: Library Juice Press. 2008. p. 97-108.
ARBOIT, Aline Elis; BUFREM, Leilah Santiago; KOBASHI, Nair Yumiko. A institucionalização da Ciência da Informação no Brasil sob a ótica da evolução quantitativa dos cursos de graduação na área. Informação & Sociedade. João Pessoa, v.21, n.1, p. 145-158, jan./abr. 2011.Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/9584. Acesso em: 10 jan. 2024.
BARBERÁ, Pablo. Social media, echo chambers, and political polarization. In: PERSILY, Nathaniel; TUCKER, Joshua (org.). Social media and democracy: The state of the field and prospects for reform. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2020. p. 34-55.
BELLUZZO, Regina Célia Baptista. A information literacy como competência necessária à fluência científica e tecnológica na sociedade da informação: uma questão de educação. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DA PRODUÇÃO DA UNESP, 7., 2001, São Paulo. Anais Eletrônicos...São Paulo: Unesp, 2001.
BEZERRA, Arthur Coelho; SCHNEIDER, Marcos; SALDANHA, Gustavo. Competência crítica em informação como crítica à competência em informação. Informação & Sociedade: Estudos, Paraíba, v. 29, n. 3, p. 5-22, jul./set. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/47337. Acesso em: 6 fev. 2024.
CAMPELLO, Bernadete. O movimento da competência em informação: uma perspectiva para o letramento informacional. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 3, p. 28‐37, set./dez. 2003. DOI:10.1590/S0100-19652003000300004. Acesso em: 10 jan. 2024.
CERDÀ-NAVARRO, Antoni; ABRIL-HERVÁS, David; MUT-AMENGUAL, Bartomeu; COMAS-FORGAS, Rubén. Fake o no fake, esa es la cuestión: reconocimiento de la desinformación entre alumnado universitario. Revista Prisma Social, [s.l.], v. 34, p. 298–320, 2021. Disponível em: https://revistaprismasocial.es/article/view/4328. Acesso em: 10 jan. 2024.
CERNICOVA-BUCA, Mariana; CIUREL, Daniel. Developing resilience to disinformation: A game-based method for future communicators. Sustainability, [s.l.], v.14, 5438, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.3390/su14095438. Acesso em: 8 fev. 2024.
COLLINS, Patricia Hill. Another kind of public education: Race, schools, the media, and democratic possibilities. Boston: Beacon Press; 2009.
DOURADO, Tatiana Maria Silva Galvão. Fake News na eleição presidencial de 2018 no Brasil. 2020. 308 f.: il. (Tese de Doutorado). Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Comunicação, Bahia. 2020. Disponível em:
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/31967/1/Tese_Tatiana%20Dourado.pdf. Acesso em: 11 jan. 2024.
DRABINSKI, Emily.; TEWELL, Eamon. Critical information literacy. In: HOBBS, Renee; MIHAILIDIS, Paul. (org.). The international encyclopedia of media literacy. New Jersey, U.S: John Wiley & Sons, Inc., 2019. Disponível em:
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/book/10.1002/9781118978238. Acesso em: 10 jan. 2024.
ELMBORG, James. Critical information literacy: implications for instructional practice. The Journal of Academic Librarianship, v. 32, n. 2, p. 192-199, 2006. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0099133305001898?via%3Dihub. Acesso em: 06 fev. 2024.
DUDZIAK, Elisabeth Adriana. A information literacy e o papel educacional das bibliotecas. 2001. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação e Documentação). Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. Disponível em: https://doi.org/10.11606/D.27.2001.tde-30112004-151029. Acesso em: 6 fev. 2024.
FALLIS, Don. What is disinformation? Library Trends, [s.l.], v. 63, n.3, p. 401-426, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1353/lib.2015.0014. Acesso em: 10 fev. 2024.
FIGUEIRA, João; SANTOS, Silvio. Percepción de las noticias falsas en universitarios de Portugal: análisis de su consumo y actitudes. Profesional de la información, [s.l.], v. 28, n. 3, 2019. DOI: 10.3145/epi.2019.may.15. Disponível em: https://doi.org/10.3145/epi.2019.may.15. Acesso em: 4 fev. 2024.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra,1970.
FLORIDI, Luciano. The philosophy of information. New York: Oxford University Press, 2011.
MARZAL GARCÍA-QUISMONDO, Miguel Ángel; CRUZ-PALACIOS, Eduardo. Gaming como instrumento educativo para una educación en competencias digitales desde los Academic Skills Centres. Revista General de Información y Documentación, [s.l.], v.28, n. 2, p. 489-506, 2018. Disponível em:
https://doi.org/10.5209/RGID.62836. Acesso em: 11 fev. 2024.
HOLLIS, Helena. Information literacy and critical thinking: Different concepts, shared conceptions. Information Research, [s.l.], v. 24, n. 4, p. 1-21, 2019. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/200749176.pdf. Acesso em: 15 fev. 2024.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
LACOMBE, Milly. Mídia deve assumir seu papel na naturalização da extrema-direita no Brasil. Uol, 05/10/2022. Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/milly-lacombe/2022/10/05/midia-deve-assumir-seu-papel-na-naturalizacao-da-extrema-direita-no-brasil.htm Acesso em: 12 jan. 2024.
LEWANDOWSKY, Stephan; ECKER, Ullrich K. H.; COOK, John. Beyond misinformation: Understanding and coping with the ‘‘post-truth’’ era. Journal of Applied Research in Memory and Cognition, [s.l.], v. 6, n. 4, p. 353-369, 2017.
Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jarmac.2017.07.008. Acesso em: 6 fev. 2024.
LEVINE, Peter. The problem of online misinformation and the role of schools. Studies in Media & Information Literacy Education, [s.l.], v. 5, n. 1, p. 1-11, 2005.
DOI:10.3138/sim.5.1.003.
MACFARLANE, Douglas; HURLSTONE, Mark J.; ECKER, Ullrich K.H. Countering demand for ineffective health remedies: Do consumers respond to risks, lack of benefits, or both? Psychology & Health, [s.l.], v. 36, n. 5, p. 593-611, 2021. DOI: 10.1080/08870446.2020.1774056. Disponível em: https://doi.org/10.1080/08870446.2020.1774056. Acesso em: 8 fev. 2024.
MARQUES, Lula. Mídia brasileira é ‘parcial’,diz jornal britânico. Segundo The Independent, manipulação da imprensa na cobertura da crise política no Brasil tem reforçado opiniões contrárias à presidente Dilma. Opera Mundi, 13 de abr. de 2016. Disponível em: https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/43780/midia-brasileira-e-parcial-diz-jornal-britanico . Acesso em: 15 jan. 2024.
MARTÍN-HERRERA, Inmaculada; MICALETTO-BELDA, Juan Pablo. Opiniones y actitudes de los estudiantes universitarios de Comunicación ante las fake news. Diagnóstico en un ecosistema docente. Comunicación y hombre: Revista interdisciplinar de ciencias de la comunicación y humanidades, [s.l.], n. 17, p. 193 – 206, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.32466/eufv-cyh.2021 .17.661 . 193-206. Acesso em: 17 fev. 2024.
MARTÍNEZ-ÁVILA, Daniel; CUEVAS-CERVERÓ, Aurora. Alfabetización informacional crítica: Una corriente política cada vez más necesaria. Anuario ThinkEPI, [s.l.], v. 16, e16a31, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.3145/thinkepi.2022.e16a31. Acesso em: 10 fev. 2024.
MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia de investigação científica para as ciências sociais aplicadas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
RIBEIRO, Márcio Moretto; ORTELLADO, Pablo. O que são e como lidar com as notícias falsas. Dos sites de notícias falsas às mídias hiper-partidárias. Sur – Revista Internacional de Direitos Humanos, [s.l.], v. 15, n. 27, p. 71-83, 2018. Disponível em: https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/6131. Acesso em: 6 fev. 2024.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
ROOZENBEEK, Jon.; VAN DER LINDEN, Sander. Fake news game confers psychological resistance against online misinformation. Palgrave Communications, [s.l.], v. 5, n. 65, p.1-10, 2019.Disponível em: https://doi.org/10.1057/s41599-019-0279-9. Acesso em: 6 fev. 2024.
SANTOS-D’AMORIM, Karen; MIRANDA, Májory. Misinformation, Disinformation, and Malinformation: Clarifying the Definitions and examples in disinfodemic times. Encontros Bibli, Florianópolis, v. 26, p. 01–23, 2021. DOI: 10.5007/1518-2924.2021. e76900.
SANTOS-D’AMORIM, Karen; SANTOS, Raimundo Nonato Macedo dos. Da personalização algorítmica às guerras informacionais: a dinâmica das bolhas de (des)informação em torno do Dia 7 de setembro de 2021. Encontros Bibli, Florianópolis, v. 27, n. 1, p. 1–26, 2022. DOI: 10.5007/1518-2924.2022.e86628.
SERELLE, Márcio; SOARES, Rosane. As novas formas do falso: entretenimento, desinformação e política nas redes digitais. Intexto, Porto Alegre, n. 52, p. 94842, 2021. DOI: 10.19132/1807-8583202152.94842.
Disponível em: https://doi.org/10.19132/1807-8583202152.94842. Acesso em: 7 fev. 2024.
SIMCHON Almog; BRADYA, William J.; VAN BAVEL, Jay J. Troll and divide: The language of online polarization. PNAS Nexus, [s.l.], v.1, n. 1, p. 1-12, 2022. DOI:10.31234/osf.io/xjd64. Disponível em: https://doi.org/10.1093/pnasnexus/pgac019. Acesso em: 5 jan. 2024.
SUNSTEIN, Cass. #Republic: Divided democracy in the age of social media. Princeton: Princeton University Press, 2017.
SWANSON, Troy A. A radical step: implementing a critical information literacy model. Portal: libraries and the academy, [s.l.], v. 4, n. 2, p. 259-273, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1353/pla.2004.0038. Acesso em: 12 fev. 2024.
WARNICK, Barbara. Critical literacy in a digital era: Technology, rhetoric and the public interest. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 2002.
VARGO, Chris; GUO, Lei; AMAZEEN, Michelle. The agenda-setting power of fake news: A big data analysis of the online media landscape from 2014 to 2016. New Media & Society, v. 20, n. 5, p. 2028 – 2049. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1177/1461444817712086. Acesso em: 6 jan. 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Nadi Helena Presser, Edla Barbosa de Santana, Ana Reyes Pacios Lozano

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Notas de direitos autorais
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License 4.0, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: distribuir em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Autores têm permissão e são estimulados a distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.













