Estudo sobre o fomento à pesquisa em dengue no Brasil: contribuições para a aproximação entre a geração e o uso do conhecimento
Palavras-chave:
dengue, informação médica, política pública, saúdeResumo
O fomento à ciência e tecnologia (C&T) na área da saúde, no Brasil, tem assumido novas conformações nos arranjos institucionais, nas fontes de recursos e na indução temática de pesquisas prioritárias para o país. O aumento dos recursos e a orientação de pesquisas para demandas atuais de saúde pública não garantem por si só a utilização de seus resultados na "prática" em programas, políticas e serviços de saúde. Nesse contexto, este trabalho estuda a utilização dos resultados de pesquisas em dengue, vista como parte do ciclo da comunicação científica, financiadas pelas agências federais no período de 2002 a 2008, em ações centralizadas e descentralizadas. A caracterização das etapas de financiamento e realização das pesquisas em dengue foi feita por meio de pesquisa documental e análise de bases de dados. As etapas de disseminação e aplicação dos resultados foram investigadas por meio de consulta, questionários semiestruturados e entrevistas, dirigida aos coordenadores de projetos, visando conhecer seus hábitos de disseminação e sua percepção sobre a aplicação dos resultados das pesquisas. A evolução do fomento e a base científica mostram-se como componentes fortes, enquanto as ações de disseminação dos resultados visando a sua utilização na saúde pública são menos robustas e sistemáticas. A disseminação de resultados de pesquisas para outros cientistas é a prática mais difundida, seguida pelas iniciativas voltadas ao público em geral. Menos presentes são as formas de disseminação visando aos gestores e profissionais de saúde. A utilização dos resultados das pesquisas na área da saúde nas políticas, nos serviços, em diretrizes clínicas e em insumos para combate à doença é percebida por parte dos coordenadores e tende a ser mais conceitual que instrumental. Os resultados apontam para vantagens do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), programa descentralizado para os estados, na aplicação dos resultados nas políticas públicas, provavelmente pelo favorecimento do processo de formulação de demandas locais e interação dos pesquisadores e gestores do sistema de saúde. Outros arranjos que também propiciaram a introdução de informação ou produtos no sistema de saúde local foram dependentes de iniciativas dos pesquisadores mais do que de movimentos institucionais organizados. A diversidade de objetivos e estágios de desenvolvimento dos projetos analisados sugere a necessidade de uma gestão estratégica do fomento pelas agências de fomento, mirando o alcance de resultados efetivos. O esforço de coordenação que leve em conta a promoção da interação entre produtores e usuários da informação deve beneficiar a aplicação efetiva dos resultados.
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