O princípio de razão, o utilitarismo e o antiutilitarismo
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0102-69922001000100003Palabras clave:
utilitarismo; racionalidade; dádiva; Marcel MaussResumen
Neste artigo, procura-se demonstrar que as noções de razão utilizadas nas ciências sociais são largamente determinadas pela tradição utilitarista e que, por conseguinte, na prática, o conceito de racionalidade tem limites discutíveis dados pela subordinação do mesmo à questão do cálculo interessado. Mas a crítica à racionalidade utilitarista é complexa na medida em que existem diferentes registros do utilitarismo: o prático, como é o caso do utilitarismo economicista que prega a satisfação primeira de interesses egoístas materiais; o teórico, que propõe serem todos os homens egoístas e calculistas por natureza; e o normativo, que vincula o ideal de justiça à satisfação do maior número de indivíduos. A crítica às teses utilitaristas leva o autor a lembrar a contribuição de Marcel Mauss na fundação de um novo paradigma, o da dádiva. Enfim, este texto é fundamental para se compreender a passagem de uma crítica antiutilitarista negativa para uma outra, antiutilitarista positiva, que se apoia na criação do novo paradigma.
Descargas
Citas
BOUCHE, Jean-François. De l’utilité dans la Révolution. Revue du MAUSS,
Paris, n. 8, p. 142-162, 2º trim. 1990.).
CAILLÉ, A. Esquisse d’une critique de l’économie de la pratique. Cahiers du
Lasa, Universidade de Caen, n. 8-9, p. 103-214, 1º sem. 1988; reeditado
em Cahiers du Lasa, n. 12-13, 1992.
_______. Le juste, l’utile et l’agréable: l’utilitarisme dans La Republique de
Platon. Revue du MAUSS, n. 6, p.69-96, 4º trim. 1989; n. 7, p. 127-151,
º trim. 1990.
DAVIDSON, Donald. Paradoxos de l’irrationalité. Paris : L’Éclat, 1991.
DOMENECH, Jacques. L’éthique des Lumières. Paris : Vrin, 1989.
DUPUY, Jean-Pierre. Le sacrifice et l’envie. Paris : Calmann-Lévy, 1992.
ELSTER, Jon. Les raisins verts: l’utilitarisme et la genèse des besoins. Bulletin
du MAUSS, n. 6, p. 9-41, 2. trim. 1983.
ELSTER, Jon. The cement of society. Cambridge : Cambridge University Press,
_______. Ulysses and the sirens: studies in rationality and irrationality.
Cambridge : Cambridge University Press, 1979.
FRANKFURT, Harry. Freedom of the will and the concept of a person. The
Journal of Philosopby, n. 68, p. 5-20, 1971.
GAUTHIER, David. Morals by agreement. Oxford University Press, 1986.
GODBOUT, Jacques; CAILLÉ, Alain. L’esprit du don. Paris : La Découverte,
GUYAU, Jean-Marie. La morale d’Épicure et la morale contemporaine. Paris,
HALÉVY, Élie. La formation du radicalisme philosophique. 1903.
__________. La formation du radicalisme philosophique. Paris : Alean, 1903.
tomos.
HARSANYI, J. C. Morality and the Theory of Rational Behavior. In: SEN,
Amartya; WILLIAMS, Bernard. Utilitarism and Beyond. Cambidge :
Cambridge University Press, 1982.
HEIDEGGER, Martin. Le principe de raison. Paris : Gallimard, 1962.
MILL, John Stuart. L’ utilitarisme. Paris : Flammarion, 1968.
MOSER, P. K. et al. Rationality in action: contemporary approaches. Cambridge
University Press, Nova York, 1990.
NEUBERG, Marc. La théorie de l’action: textos majeurs de la philosoplue
analytique de l’action. Liége : Mardaga, 1991.
PARFIT, Derek. Reasons and Persons, Clarendon Press, Oxford, 1984.
SCHELER, Max. Nature et formes de la sympathie, 1913. Paris : Petite
Bibliothèque Payot, 1971.
SIMON, Herbert. Models of bounded rationality. Cambridge, Mass : MIT Press,
SPERBER, Dan; WILSON, Deirdre. La pertinence. Paris : Minuit, Paris, 1989.
VAN PARIJS, Philippe. Qu’est ce qu’une société juste? Paris : Seuil.