A interpretação sociológica do esoterismo contemporâneo
Palavras-chave:
esoterismo, racionalidade, irracionalidade, magia, simbólico.Resumo
Muitos cientistas sociais têm explicado a crescente popularidade das práticas esotéricas como uma reação à preponderância da racionalidade instrumental nas sociedades modernas industrializadas. Vários deles consideram o movimento esotérico como um retorno aos modos de pensamento e de ação mágicos e irracionais, que não seriam capazes de produzir resultados previsíveis. Neste artigo, apresentamos investigações antropológicas dos rituais de magia tradicional e interpretações psicológicas das práticas esotéricas, as quais sugerem uma visão diferente destas práticas. Por um lado, a magia tradicional e os métodos esotéricos são baseados em ações simbólicas que direcionam a mente humana em uma certa direção e, assim, em certas circunstâncias, são capazes de produzir os efeitos desejados. Por outro lado, as técnicas esotéricas fazem uso do êxtase e de técnicas de contro le do corpo por meio das quais energias psíquicas particulares podem ser provocadas. Na última seção, discutiremos o uso dos métodos esotéricos pelo movimento New Age, argumentando que ambos princípios do esoterismo — os símbolos e as ações simbólicas e as técnicas de êxtase e de controle das funções corporais — podem ter efeitos positivos sobre o corpo e a mente humanos, se as respectivas técnicas são aplicadas da maneira apropriada
Downloads
Referências
Adorno. Theodor W. (1970). The Stars down on Earth. Frankfurt/M.: Gesammelte Schriften, Band 9.2.
Bandeira, Lourdes et alii. (1998). As mediações entre os novos significados e os adeptos nos grupos místico-esotéricos no Distrito Federal. Trabalho apresentado nas VIU Jornadas sobre Alternativas Religiosas na América Latina. São Paulo: Universidade de São Paulo, de 22 a 25 de setembro.
Barker, Eileen (1989). New religious movements. London: E. Mellen.
Berger, Peter, Berger. Brigitte & Dreitzel, Hans Peter (1973). The homeless mind. New York: Random House.
Bochinger, Christoph (1994). New Age und modeme religion. Muenchen: Chr. Kaiser. Campbell, Joseph (1992). As máscaras de Deus: mitologia primitiva. São Paulo: Palas Athena. Cassirer, Ernst (1972). Linguagem e mito. São Paulo: Perspectiva.
Durkheim, Emile (1989). As formas elementares de vida religiosa. São Paulo: Paulinas.
Eliade, Mircea (1998). O xamanismo e as técnicas arcaicas do êxtase. São Paulo: Martins Fontes.
Evans-Pritchard, E. E. (1978). Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar.
Fraas. H. Juergen (1990). Die religiositat desMenschen. Goettingen: UTB.
Frazer, James George (1982). O ramo de ouro. São Paulo: Círculo do Livro.
Gehlen, Arnold (1964). Urmensch und Spãtkultur. Frankfurt/M: Fischer.
Giddens, Anthony (1991). As consequências da modernidade. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista.
Gill, Robin, Hadaway, C. Kirk e Marler, Penny Long (1998). “Is religious belief declining in Britains?”in Journal for the Scientific Study ofReligion, 37/3, pp. 507-516.
Gross, Werner (1996). Psychomarkt - Sekten - Destruktive Kulte. Bonn.
Gugenberger, Eduard & Schweidlenka, Roman (1992). Missbrauchte sehnsuechte. Esoterische wege zum heil. Wien: Verlag fuer Gesellschaftskritik.
Haack, Wilhelm (1993). Europasneuereligionen. Sekten-Gurus-Satanskult. Freiburg: Deutscher Taschenbuchverlag.
Hanegraaff, Wouter J. (1996). “New Age Religion and Western Culture Esotericism” in The mirror of secular thought. New York: E. J. Bril; Leiden: Koeln.
Hemminger, Hansjõrg (ed.) (1987). Die riickkehr der Zauberer. New Age. Eine Kritik: Reinbek bei Hambur.
Hervieu-Leger, Daniele (1993). “Present-day emotional renewals. The end of secularization or the end of religion?” in Swatos Jr., William H. (ed.). A future for Religion? London: Newbury Park - Delhi, pp. 129-148.
Hollinger, Franz (1996). “Volksreligion und Herrschaftskirche. Die Wurzeln des religioesen Verhaltens” in Westlichen Gesellschaften. Opladen: Leske & Budrich.
-------------------(1999). “Astrologie, yoga und politik. New Age und politische orientierungen bei Studentlnnen” in Soziale Welt, 50/1, pp. 51-66.
Jung, Carl Gustav (1969). El hombre y sus símbolos. Madrid: Aguilar.
K losinski, Gunter (1996). Psychokulte, was sektenfurjugendliche so attraktiv macht. Muenchen: C. H. Beck,.
Knoblauch, Hubert (1991). “Das unsichtbare zeitalter. ‘New Age’, privatisierte Religion und Kultisches Milieu” in KôlnerZeitschriftfur Soziologie undSoziologie und Sozialpsychologie, 41/4, pp. 504-525.
---------------------- ( 1993). ‘“Neues Paradigma’ oder ‘NeuesZeitalter’. FritjofCapras moralisches Unternehmen und die ‘“New Age-Bewegung’” in Kõlner Zeitschriftfitr Sozialpsychologie und Sozialpsychologie. Sonderheft 33, pp. 249-270.
Küenzlen, Gottfried (1987). “Das unbehagen nader modeme: Der kulturelle und gesellschaftliche Hintergrund der New Age-Bewegung” in Hemminger, Hansjõrg (ed ). Die Riickkehr der Zauberer. New Age. Eine Kritik. Reinbek bei Hamburg: Rowohlt, pp. 187-222.
Lévi-Strauss, Claude (1985). Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
Lorenzer, Alfred (1992). Das konzil der buchhalter. Frankfurt: Fischer.
Mauss. Marcel (1974). Soziologie und anthropologie 1. Frankfurt: Suhrkamp.
Me Guire, Meredith B. (1987). “Ritual, symbolism and healing” in Social compass 34/4, pp. 365-379.
Mongardini, Carlo (1987). “Über dis soziologische bedeutung des magischen denkes” in Zingerle, A, & Mongardini, C. Magie undModeme Berlin, Gudrian & Hoppe.
Runggaldier,E. (1996). Philosophie der esoterik. Berlin: Kohlhammer.
Ruppert, Hans-Jurgen (1987). “Aites Denken auf neuen Wegen: New Age und Esoterik” in Hemminger, Hansjorg (ed.). Die ruckkehr der zaubereer, New Age, Eine Kritik. Reinbek bei Hamburg: Rowohlt, pp. 60-84.
Siqueira, Deis (1999). “Práticas místicas e esotéricas na capital do Brasil: A construção do sujeito — objeto de investigação” in Série Sociológica n? 158. Brasília: Universidade de Brasília.
Stark. Rodney, Bainbridge, William Sims (1985). The future of religion. Londres: Berkeley; Los Angeles: University of California Press.
Vivelo, Frank Robert (1981). Handbuch der kulturanthropologie. Stuttgart: Klett-Kotta.
Weber, Max (1978). Hinduismus and Buddhismus. Tuebingen: J. C. B. Mohr.
------------------- (1982a). “A ciência como vocação” in Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar.
------------------(1982b). “Rejeições do mundo e suas direções” in Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar.
------------------(1991). Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Editora Universidade de Brasília
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Sociedade e Estado
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.