Desprovincializar o desenvolvimento:
Enunciação subalterna e resistência nas bordas da acumulação capitalista na Amazônia
Palavras-chave:
Colonialidade-modernidade, Desenvolvimento, Processos de subalternização, Expropriação Territorial, ResistênciaResumo
Para refletir sobre a continuidade dos processos de subalternização e expropriação de populações tradicionais e camponesas o artigo se valerá de abordagens aglutinadas no paradigma modernidade-colonialidade. Tentar-se-á conectar a problemática teórica assim construída com o conhecimento empírico das modificações territoriais ocorridas na região amazônica durante os anos 2000, num movimento que permitirá submeter à interrogação certos aspectos da realidade social, bem como fazer girar a espiral que conecta abstração conceitual e realidade concreta. Com esse intuito a análise aqui empreendida lança mão de dois trabalhos de campo conduzidos em distintos espaços amazônicos; o primeiro levado a cabo na região Oeste do Pará, que desde a última década tem sido lócus de intensos conflitos entre as frentes de expansão econômica e as populações tradicionais. O segundo realizado na TI Raposa Serra do Sol, que representa um caso paradigmático, no qual estiveram em xeque o digladio entre racionalidades e modos diferentes de uso, significação e apropriação dos territórios.