Experimentos de baixo custo para abordar concepções alternativas sobre corrente elétrica em circuitos simples

Autores

  • Carlos Alberto dos Santos Universidade Federal Rural do SemiáridoCentro de Ciências Exatas e Naturais
  • Francisco Cristiano Barbosa Lima Centro de Ciências Exatas e Naturais, Universidade Federal Rural do Semiárido
  • Geovani Ferreira Barbosa Centro de Ciências Exatas e Naturais, Universidade Federal Rural do Semiárido
  • Fernando Lang da Silveira Instituto de Física - UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.26512/rpf.v3i2.22660

Palavras-chave:

Concepções alternativas. Circuitos elétricos. Corrente elétrica. Eletricidade.

Resumo

Experimentos com materiais de baixo custo, inteiramente confeccionados por alunos do 3o. Ano do Ensino Médio de uma escola pública no Estado do Ceará, foram utilizados para abordar concepções alternativas sobre circuitos elétricos simples. Entrevistas clínicas realizadas com 13 alunos selecionados de acordo com o padrão de suas respostas no teste de múltipla-escolha elaborado para investigar concepções alternativas e de seus rendimentos escolares na disciplina antes do experimento, mostraram a recorrência de concepções alternativas, bem como a falta de consistência nas respostas escritas, em conformidade com relatos na literatura. As entrevistas clínicas, realizadas aproximadamente um mês após a manipulação dos experimentos, mostraram que a simples realização dos experimentos não é capaz de superar as concepções alternativas mais persistentes. Não obstante, acredita-se que o uso concomitante de experimentos e entrevistas clínicas, pode ser potencialmente útil para proporcionar mudanças conceituais. Na prática escolar, tal procedimento pode subsidiar o estabelecimento de estratégias didáticas para a superação das mais recorrentes concepções alternativas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDERSON, R. D. Childrens ability to formulate mental models to explain natural phenomena. Journal of Research in Science Teaching, v. 3, p. 326”“332, 1965. 12

ANDRADE, F. A. L. et al. Recorrência de concepções alternativas sobre corrente elétrica em circuitos simples. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 40, n. 3, p. e3406”“12, 2018. 11, 22, 24, 25, 27

ASSIS, A. K. T.; HERNANDES, J. A. The Electric Force of a Current: Weber and the surface charges of resistive conductors carrying steady currents. Montreal: C. Roy Keys, 2007. 20

AUSUBEL, D. P. The use of advance organizers in the learning and retention of meaningful verbal material. Journal of Educational Psychology, v. 51, n. 5, p. 267”“272, 1960. Http://doi.org/10.1037/h0046669. 10, 11

AUSUBEL, D. P. Cognitive structure and the facilitation of meaningful verbal learning. Journal of Teacher Education, v. 14, n. 2, p. 217”“222, 1963. 10

AUSUBEL, D. P. A cognitive theory of school learning. Artigo apresentado no encontro da American Psychological Association, San Francisco, September, 1968., 1969. Http://doi.org/10.1002/1520-6807(196910)6:4<331::AID-PITS2310060402>3.0.CO;2-W. 10

AXT, R.; MOREIRA, M. A. O ensino experimental e a questão do equipamento de baixo custo. Revista de Ensino de Física, v. 13, p. 97”“103, 1991. 16

BARKE, H. D.; HAZARI, A.; YITBAREK, S. Misconceptions in Chemistry. Addressing Perceptions in Chemical Education. Berlin: Springer, 2009. 11

BARP, J. Uma proposta de trabalho orientada por projetos de pesquisa para introduzir temas de física no 9o. ano do ensino fundamental. Dissertação de Mestrado. Instituto de Física. 2016. UFRGS. 16

BISCUOLA, G. J.; BôAS, N. V.; DOCA, R. H. Tópicos de Física. São Paulo: Editora Saraiva, 2007. v. 3. 18, 19

BLUMENFELD, P. C. et al. Motivating project-based learning: sustaining the doing, supporting the learning. Educational Psychologist, v. 26, n. 3, p. 369”“398, 1991. 16

BORGES, A. T.; GILBERT, J. K. Mental models of electricity. Int. J. Sci. Educ., v. 21, n. 1, p. 95”“117, 1999. 11

BRUNER, J. S. The course of cognitive growth. American Psychologist, v. 19, n. 1, p. 1”“15, 1964. Http://doi.org/10.1037/h0044160. 10

BRUNER, J. S. Uma nova teoria de aprendizagem. 3a.. ed. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1975. 10

BRUNER, J. S. O processo da educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1978. 10

CODD, J. A. The clinical interview: an holistic approach to the evaluation of learning. J. Curriculum Studies, v. 13, n. 2, p. 145”“150, 1981. 12

COHEN, R.; EYLON, B.; GANIEL, U. Potential difference and current in simple electric circuits: A study of students concepts. American Journal of Physics, p. 407”“412, 1983. Http://doi.org/10.1119/1.13226. 11, 20

DOMINGUEZ, M. E.; MOREIRA, M. A. Deteccion de conceptos intuitivos en electricidad a traves de entrevistas clinicas. Revista de Enseñanza de La Fisica, v. 2, n. 1, p. 7”“15, 1988. 11, 12

DRIVER, R.; EASLEY, J. Pupils and paradigms: A review of literature related to concept development in adolescent science students. Studies in Science Education, v. 5, p. 61”“84, 1978. Http://doi.org/10.1080/03057267808559857. 12

DUIT, R.; RHONECK, C. Learning and understanding key concepts of electricity. In: TIBERGHIEN, A.; JOSSEM, E. L.; BAROJAS, J. (Ed.). Connecting Research in Physics Education with Teacher Education. Cambridge: International Commission on Physics Education, 1998. p. 1”“6. 11, 25

ENGELHARDT, P. V.; BEICHNER, R. J. Students understanding of direct current resistive electrical circuits. American Journal of Physics, v. 72, n. 1, p. 98”“115, 2004. Http://doi.org/10.1119/1.1614813. 11, 23, 25

FREDETTE, N.; LOCHHEAD, J. Student conceptions of simple circuits. The Physics Teacher, v. 18, p. 194”“198, 1980. Http://doi.org/10.1119/1.2340470. 11

FREIRE, P. Educação e mudança. 31. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008. 10

GASPAR, A. Compreendendo a física: eletromagnetismo e física moderna. São Paulo: Editora Ática, 2010. 19, 20

HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Física Básica. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1981. v. 3. 21

HARBOLA, M. K. Energy flow from a battery to other circuit elements: Role of surface charges. American Journal of Physics, v. 78, p. 1203”“1206, 2010. 20

HARTEL, H. The electric circuit as a system: A new approach. European Journal of Science Education, v. 4, n. 1, p. 45”“55, 1982. 20

HARTEL, H. The so-called simple electric circuit - it is not that simple. 2012. Disponível em https://researchgate.net/publication/311102570. Acesso em 15/1/2018. 20

HARTEL, H. Tensão e cargas superficiais - o que wilhelm weber já sabia há 150 anos. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 29, n. 3, p. 1015”“1029, 2012. 20

HEALD, M. A. Electric fields and charges in elementary circuits. American Journal of Physics, v. 52, p. 522”“526, 1984. 20

HUANG, I. Childrens conception of physical causality: A critical summary. Pedagogical Seminary and Journal of Genetic Psychology, v. 63, n. 1, p. 71”“121, 1943. Http://doi.org/10.1080/08856559.1943.10533231. 13

IVIC, I. Lev Semionovich Vygotsky. Recife: Editora Massangana, 2010. 10

JACKSON, J. D. Surface charges on circuit wires and resistors play three roles. American Journal of Physics, v. 64, n. 7, p. 855”“870, 1996. Http://doi.org/10.1119/1.18112. 20

KRAJCIK, J. S.; BLUMENFELD, P. C. Project-based learning. In: SAWYER, R. K. (Ed.). The Cambridge Handbook of the Learning Science. Cambridge: Cambridge University Press, 2006. p. 317”“333. 16

LIN, J.-W. A cross-grade study validating the evolutionary pathway of student mental models in electrical circuits. EURASIA Journal of Mathematics Science and Technology Education, v. 13, n. 7, p. 3009”“3137, 2017. 11

MCDERMOTT, L. C.; SHAFFER, P. S. Research as a guide for curriculum development: An example from introductory electricity. part i: Investigation of student understanding. American Journal of Physics, v. 60, n. 11, p. 994”“1003, 1992. 11, 12

MEDEIROS, A.; LINS, S.; DIAS, E. Estudando os modelos mentais de estudantes com a utilização de um quadro de circuitos. Florianópolis: [s.n.], 2000. Trabalho apresentado no VII Encontro de Pesquisadores em Ensino de Física. 27

MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982. 10, 11

MOREIRA, M. A.; SANTOS, C. A. dos. The influence of content organization on students cognitive structure in thermodynamics. Journal of Research in Science Teaching, v. 18, p. 525”“531, 1981. 11

NEHRING, C. M. et al. As ilhas da racionalidade e o saber significativo: o ensino de ciências através de projetos. Ensaio, v. 2, n. 1, p. 88”“105, 2000. 16

NOVAK, J. D. A Summary of Research in Science Education for 1972. Columbus: ERIC Information Analysis Center, 1973. 12

NOVAK, J. D. Concept mapping: A useful tool for science education. Journal of Research in Science Teaching, v. 27, n. 10, p. 937”“949, 1990. Http://doi.org/10.1002/tea.3660271003. 12

NOVAK, J. D.; CAñAS, A. J. The theory underlying concept maps and how to construct and use them. Technical Report IHMC CmapTools, 2006. Disponível em

http://cmap.ihmc.us/Publications/ResearchPapers/TheoryUnderlyingConceptMaps.pdf. Acesso em 15/2018. 11

OSBORNE, R. Towards modifying childrens ideas about electric current. Research in Science & Technological Education, v. 1, n. 1, p. 73”“82, 1983. Http://doi.org/10.1080/0263514830010108. 11

PELLA, M. O.; ZIEGLER, R. E. The use of static and dynamic mechanical models in teaching aspects of the theoretical concept the particle nature of matter. The University of Wisconsin, Madison, 1967. 12

POSNER, G. et al. Accommodation of scientific conception: Toward a theory of conceptual change. Science Education, v. 66, p. 211”“227, 1982. 11

POSNER, G. J.; GERTZOG, W. The clinical interview and the measurement of conceptual change. Science Education, v. 66, n. 2, p. 195”“209, 1982. 12, 13, 25, 27

RODRIGUES B. A., . B. A. T. O ensino de ciências por investigação: Reconstrução histórica. In: . Curitiba: XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, 2008. p. 1”“12. 16

ROSSER, W. G. V. What makes an electric current flow.. American Journal of Physics, v. 31, n. 11, p. 884”“885, 1963. Http://doi.org/10.1119/1.1969147. 20

RUSSELL, B. R. Surface charges on conductors carrying steady currents. Citation: Am. J. Phys, v. 36, n. 6, 1968. Http://doi.org/10.1119/1.1974963. 20

SANTOS, C. A. dos; MOREIRA, M. A. Aplicação da análise de agrupamentos hierárquicos ao mapeamento cognitivo de conceitos físicos. Revista Brasileira de Física, v. 9, n. 3, p. 859”“869, 1979. 10

SANTOS, C. A. dos; MOREIRA, M. A. Aplicação da análise multidimensional ao mapeamento cognitivo de conceitos físicos. Revista Brasileira de Física, v. 9, n. 3, p. 849”“858, 1979. 10

SANTOS, C. A. dos; MOREIRA, M. A. Instrumentos de medida para o mapeamento cognitivo de conceitos físicos. Revista Brasileira de Física, v. 9, n. 3, p. 835”“848, 1979. 10

SEBASTIA, J. M. Cognitive mediators and interpretations of electric circuits. In: . Ithaca: Misconceptions Trust: The Proceedings of the Third Internacional Seminar on

Misconcpetions and Educational Strategies in Science and Mathematics, 1993. p. 1”“12. 23

SHAFFER, P. S.; MCDERMOTT, L. C. Research as a guide for curriculum development: An example from introductory electricity. part ii: Design of instructional strategies. American Journal of Physics, v. 60, n. 11, 1992. Http://doi.org/10.1119/1.16979. 11

SHIPSTONE, D. M. A study of childrens understanding of electricity in simple dc circuits. European Journal of Science Education, v. 6, n. 2, p. 185”“198, 1984. 11

SHIPSTONE, D. M. et al. A study of students understanding of electricity in five european countries. International Journal of Science Education, v. 10, n. 3, p. 303”“316, 1988. 11, 25

SILVEIRA, F. L.; MOREIRA, M. A.; AXT, R. Validação de um teste para verificar se o aluno possui concepções científicas sobre corrente elétrica em circuito simples. Ciência e Cultura, v. 41, n. 11, p. 1129”“1133, 1989. 11, 12

SILVEIRA, F. L. d. Um teste para verificar se o respondente possui concepções científicas sobre corrente elétrica em circuitos simples. In: FILHO, J. B. R. (Ed.). Física no ensino médio: falhas e soluções. Porto Alegre: Edipucrs, 2011. p. 61”“67. 11

SOLANO, F. et al. Persistencia de preconcepciones sobre los circuitos electricos de corriente continua. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 24, n. 4, p. 460”“470, 2002. 11

STOCKLMAYER, S. M.; TREAGUST, D. F. Images of electricity: How do novices and experts model electric current? International Journal of Science Education, v. 18, n. 2, p. 163”“178, 1996. Http://doi.org/10.1080/0950069960180203. 19

VARNEY, R. N.; FISHER, L. H. Electric fields associated with stationary currents. American Journal of Physics, v. 52, n. 12, p. 1097”“1099, 1984. 20

VYGOTSKY, L. S. Mind in society. The development of higher psychological processes. Cambridge: Harvard University Press, 1978. 10

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1991. 10

WELTI, R. Las cargas superficiales y el flujo de energ a en un circuito simple. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 27, n. 4, p. 577”“582, 2005. 20

Downloads

Publicado

2019-08-24

Como Citar

SANTOS, Carlos Alberto dos; LIMA, Francisco Cristiano Barbosa; BARBOSA, Geovani Ferreira; SILVEIRA, Fernando Lang da. Experimentos de baixo custo para abordar concepções alternativas sobre corrente elétrica em circuitos simples. Revista do Professor de Física, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 9–33, 2019. DOI: 10.26512/rpf.v3i2.22660. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rpf/article/view/22660. Acesso em: 29 mar. 2024.