Ensino de Artes:

a monocultura e o sonho

Autores

Palavras-chave:

ensino de artes; monocultura; artes indígenas; diversidade; agroecologia.

Resumo

A história da ausência das artes indígenas no currículo do ensino formal remonta os fundamentos políticos que orientaram a ocupação do solo no território brasileiro. A instalação de grandes latifúndios de monocultura se encontra com a implementação da Academia Imperial de Belas Artes, no momento em que operam na importação de modelos europeus e na eliminação da diversidade. Até que ponto essa lógica secular ainda sustenta nossas aulas de Artes? Os professores das escolas indígenas, pioneiros nesse debate, inspiram estratégias descolonizantes na escola monoepistêmica. A proposta de encontrar o lugar dos sonhos, de Ailton Krenak, em associação com o pensamento de outros autores, indígenas e não indígenas, ilumina perguntas necessárias para os professores de Arte engajados em trabalhar as artes indígenas em sala de aula.

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Biografia do Autor

Tales Bedeschi Faria, Instituto Federal de Minas Gerais

Professor do Instituto Federal de Minas Gerais - IFMG, Campus Santa Luzia (2016-). Doutorando em Artes e Experiência Interartes na Educação, na Escola de Belas Artes da UFMG, investigando processos de ensino/aprendizagem das artes indígenas na escola não indígena. Mestre em Arte e Tecnologia da Imagem (2013), Bacharel em Artes Plásticas/Gravura (2006) e Licenciado em Artes Visuais (2009) também pela EBA/UFMG. Artista visual. Participou de exposições no Brasil, Cuba, Estados Unidos e Uruguai.

Referências

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Publicado

2022-10-31

Como Citar

Bedeschi Faria, T. (2022). Ensino de Artes:: a monocultura e o sonho. Revista VIS: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Artes Visuais, 20(2), 57–83. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistavis/article/view/44390

Edição

Seção

Dossiê: Arte Indígena Contemporânea