Ensino de Artes:
a monocultura e o sonho
Palavras-chave:
ensino de artes; monocultura; artes indígenas; diversidade; agroecologia.Resumo
A história da ausência das artes indígenas no currículo do ensino formal remonta os fundamentos políticos que orientaram a ocupação do solo no território brasileiro. A instalação de grandes latifúndios de monocultura se encontra com a implementação da Academia Imperial de Belas Artes, no momento em que operam na importação de modelos europeus e na eliminação da diversidade. Até que ponto essa lógica secular ainda sustenta nossas aulas de Artes? Os professores das escolas indígenas, pioneiros nesse debate, inspiram estratégias descolonizantes na escola monoepistêmica. A proposta de encontrar o lugar dos sonhos, de Ailton Krenak, em associação com o pensamento de outros autores, indígenas e não indígenas, ilumina perguntas necessárias para os professores de Arte engajados em trabalhar as artes indígenas em sala de aula.
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Referências
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