A fábrica do sensível
as imagens contraditórias da arte
DOI:
https://doi.org/10.26512/vis.v14i2.19788Palavras-chave:
Estética. Arte. Imagem. Experiência Sensível. ModernismoResumo
Defendendo a estética como terreno afinado com a batalha pela emancipação de novas formas da subjetividade política, Jacques Rancière ressalta o papel da arte como experiência contraditória do sensível. A experiência estética transforma e redesenha a partilha do sensível, a divisão que predetermina as formas de “ser em comum”. Mais do que criação subjetiva oposta a regras comuns, a arte diz respeito à produção de uma ideia de comunidade fundada no dissenso. Dividindo a partir do interior determinada situação do sensível, a arte reconfigura as possibilidades da percepção, do pensamento e da ação, bem como redistribui as competências na comunidade. A arte educa, fazendo-nos habitar uma potência heterogênea que aproxima ordens contraditórias como saber e não saber, logos e pathos, autonomia e heteronomia.
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