O que pode o corpo de uma criança autista?

Auteurs-es

  • Maria Izabel Tafuri Universidade de Brasília
  • Gilberto Safra PhD, Universidade de São Paulo

Résumé

A Fenomenologia da Vida de Michel Henry nos permite entender a interpretação verbal com crianças autistas como uma ferramenta indispensável para criar a relação de transferência na terapia psicanalítica. Segundo Henry, os princípios de reafirmação e conforto da Intencionalidade como doadores de sentido protegem o sujeito contra o outro. A interpretação tem a pretensão de ocupar um local constitutivo, atribuindo significado ao comportamento da criança, com uma tendência a se aproximar da criança com conhecimento dedutivo e apriorístico. A interpretação verbal é discutida como um princípio reafirmador e calmante para o psicanalista, uma vez que é um princípio intencional, que é doador de sentido. O corpo de uma criança autista pode permitir que o psicanalista o experimente como puro fenômeno de afeição.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Maria Izabel Tafuri, Universidade de Brasília

Psicóloga, Psicanalista, Prof. Associada do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília, pesquisadora nas áreas de psicopatologia, transtornos do desenvolvimento da criança, psicanálise e fenomenologia.

Gilberto Safra, PhD, Universidade de São Paulo

Professor Livre Docente do Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília, pesquisador nas áreas de psicopatologia, filosofia e fenomenologia. Psicanalista

Références

Ferenczi, S. (1921). Prolongamentos da ‘técnica ativa’ em
psicanálise. Sándor Ferenczi: O b r a s C o m p l e t a s .
Psicanálise III. Tradução: Álvaro Cabral. SP: Martins Fontes,
1992, p. 109-25.
Ferenczi, S. (1928). A elasticidade da técnica psicanalítica. Sándor
Ferenczi. Obras Completas, Psicanálise III. Tradução: Álvaro
Cabral. SP: Martins Fontes, 1992, p.25-36.
Freud, S. (1900). A Interpretação dos sonhos. E.S.B., V, 4 e 5, 1980.
Haag, G. (1985). De l’autisme à la schizophrénie chez l’enfant.
Topique, V. 36, pp. 47-66.
Henry, M. (1985). Genealogia da psicanálise: o começo perdido.
Tradução e notas: Rodrigo Vieira Marques. Curitiba: UFPR,
Ed., 2009, 372.
Henry, M. (1990). Phénoménologie matérielle. Paris: PUF
Henry, M. (2001). Encarnação: por uma filosofia da carne. Lisboa:
Círculo de Leitores.
Henry, M. (2002). Auto-donation. Entretiens et conférences,
Éditions Prétentaine.
Henry, M. (2003). Phénoménologie de la vie. Paris: PUF.
Jerusalinsky, A. (1988). Psicanálise e desenvolvimento infantil.
Porto Alegre, Artes Médicas.
Jerusalinsky, A. (1999). O autista diante da palavra: um caso
supervisionado. Estilos da clínica. V.4, n.7, SP: USP, pp.
108-120.
Klein, M. (1930/1996). A importância da formação do símbolo
no desenvolvimento do ego. In M. Klein (1921-1945),
Amor, Culpa e Reparação e outros trabalhos. RJ: Imago,
249-264.
Klein, M. (1932). The psycho-analysis of children. Londres,
Hogarth.
Laznik-Penot, M.-C. (1995). Rumo à palavra: três crianças autistas
em psicanálise. Translation: Mônica Seincman. SP: Escuta,
1997.
Lefort, R. Lefort, R. (1980). Naissance de L’Autre. Paris: Seuil.
Martins, F. (2010). O que pode um corpo? In F. Martins & A. Pereira
(Orgs) Michel Henry: Contribuições em Língua Portuguesa
para um projeto internacional de investigação em rede (pp.
11-26). Lisboa: Universidade Católica Ed.
Martins, F. (2014). Fenomenologia da Vida: o que pode um
sentimento? In A. E. G. Antúnez. F. Martins & M. V. Ferreira
(Orgs) Fenomenologia da Vida de Michel Henry. Interlocuções
entre filosofia e psicologia. SP: Escuta.
Meltzer, D. (1975). Org. Explorations dans le monde de l’autisme.
Tradução: G. Haag et al., Paris: Payot, 1980.
Mezan, R. (1986). Freud, pensador da cultura. SP: Brasiliense.
Ogden, T. (1989). On the concept of an autistic-contiguous position.
International Journal of Psychoanalysis, 70 (1), 127-140.
Safra, G. (1999). A face estética do self: teoria e clínica. Tese
(Qualificação). Instituto de Psicologia. USP.
Tafuri, M. I. (2003). Dos sons à palavra: explorações sobre
o tratamento psicanalítico da criança autista. Brasília:
ABRAFIPP.
Tafuri, M. I & Safra, G. (2012). O lugar do psicanalista com uma
criança autista: estar lá para ser encontrado. Psicologia clínica
e cultura contemporânea. Terezinha de Camargos Viana (Org)
e cols., Brasília: Liber Livro Editora Ltda, 323-340.
Tustin, F. (1972). Autismo e psicose infantil. Rio de Janeiro:
Imago, 1976.
Winnicott, D. W. (1951). Transitional objects and transitional
phenomena. Through paediatrics in psychoanalysis. Collected
papers. London: Karnac Books, 1992.
Winnicott, D. W. (1971). O brincar e a realidade. Rio de Janeiro:
Imago, 1975.

Téléchargements

Publié-e

2017-05-23

Comment citer

Tafuri, M. I., & Safra, G. (2017). O que pode o corpo de uma criança autista?. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 32(5). Consulté à l’adresse https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/19459

Numéro

Rubrique

Relato de Experiência Profissional