QUANDO SANKOFA INTERROGA CLIO: INTERLOCUÇÕES ENTRE OS ENSINOS DE HISTÓRIA E DE FILOSOFIA AFRICANA

Autores

  • Luís Augusto Ferreira Saraiva Universidade de Brasília
  • wanderson flor do nascimento Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.26512/resafe.v1i35/36.41442

Palavras-chave:

Ensino, Filosofia Africana, Teoria da História

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo abordar algumas possibilidades de interação entre o ensino de história na educação básica e o ensino de filosofia no ensino médio, partindo da demanda do trabalho com as filosofias africanas. O artigo se debruça nos debates existentes sobre a Lei 10.639/2003 que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africanas e Afro-Brasileiras nos diferentes níveis de educação. No que se refere à Filosofia a seguinte abordagem se constitui em uma desapropriação do Ocidente enquanto titular exclusivo do conhecimento e do pensamento sofisticado. A intenção é a defesa da existência da Filosofia Africana e do reconhecimento da dimensão legítima do pensamento de pessoas negras, negada pelo racismo epistêmico. O percurso se concentra na busca de um currículo descolonizado e na construção de uma educação antirracista.

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Biografia do Autor

Luís Augusto Ferreira Saraiva, Universidade de Brasília

Licenciado em História e em Filosofia. Mestre em Metafísica. Doutorando em Bioética pela Universidade de Brasília. 

wanderson flor do nascimento, Universidade de Brasília

Graduado, especialista e mestre em filosofia, doutor em Bioética, pela Universidade de Brasília.

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Publicado

2021-12-31

Como Citar

Ferreira Saraiva, L. A., & flor do nascimento, wanderson. (2021). QUANDO SANKOFA INTERROGA CLIO: INTERLOCUÇÕES ENTRE OS ENSINOS DE HISTÓRIA E DE FILOSOFIA AFRICANA. Revista Sul-Americana De Filosofia E Educação (RESAFE), 1(35/36), 97–114. https://doi.org/10.26512/resafe.v1i35/36.41442

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