Hidrelétrica de Tucuruí
Impactos da Malária na Saúde da População Atingida
DOI:
https://doi.org/10.21057/10.21057/repamv15n3.2021.39654Palavras-chave:
Impactos na Saúde. Malária. Hidrelétrica. Amazônia.Resumo
Analisar os impactos na saúde produzidos pela Hidrelétrica de Tucuruí, com ênfase na malária. Métodos: Realizamos estudo epidemiológico do tipo ecológico sobre tendência e risco da malária, estabelecendo nexo causal com a hidrelétrica. Etapas do estudo: (a) Pesquisa bibliográfica; (b) Acesso aos bancos de dados - Sistema de Vigilância Epidemiológica-Malária, do Ministério da Saúde, e Dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; (c) Construção de indicadores de malária - Incidência parasitária anual (IPA‰); Índice de falciparum (%IF) e Incremento populacional (%). Resultados: Houve ocorrência explosiva de casos de malária na 1ª etapa da hidrelétrica e ocorrência expressiva na 2ª etapa, transformando a área analisada em alto e médio risco para malária. Atualmente, a tendência é de controle. Conclusão: Os impactos ambientais e sociais das hidrelétricas têm sido significativos na África, Ásia e América Latina. Na Amazônia, esses impactos têm contribuído para agravar o quadro sanitário. No caso de Tucuruí, a hidrelétrica contribuiu para aumentar a endemicidade, a vulnerabilidade e a receptividade ambiental da área. Atualmente, a tendência é de controle da malária. Sugerimos novos projetos para a Amazônia fundamentados em energia sustentável (eólica e solar) e bioeconomia, com vistas à inclusão social e à ampliação da cidadania.
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