Quatro Décadas a Espera de Reparações Justas. A Extinção do Território Guarani pela Itaipu Binacional
DOI:
https://doi.org/10.21057/10.21057/repamv14n3.2020.34412Palavras-chave:
Avá-Guarani, Itaipu, MemóriaResumo
Neste artigo faremos uma abordagem crítica da atuação da Itaipu Binacional em relação à presença de indígenas Avá-Guarani na área de formação de sua barragem. Analisaremos desde a negação da existência de indígenas na região até a imposição da expropriação pelo alagamento que a Itaipu causou nas terras indígenas em 1982. A partir de relatos documentais, relatórios e cartas que foram produzidas pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e por outros órgãos indigenistas, além dos documentos “encomendados” a pedido da Itaipu, faremos os apontamentos necessários para nossa arguição buscando compreender a ação estabelecida. Daremos ênfase ao processo de organização dos indígenas na área inundada e a mudança para a nova área que, após muita insistência dos Guarani, a Itaipu destinou aos mesmos, culminando com a chegada na nova terra, minúscula e confinada entre o lago de Itaipu e o agronegócio.
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