A APLICAÇÃO DO CONCEITO DE POPULISMO À AMÉRICA LATINA
pela necessidade de classificar, e não desqualificar
Palavras-chave:
Populismo, América Latina, Casos paradigmáticos, ClassificaçãoResumo
Desde que autores como Germani (1962), Di Tella (1969) e Ianni (1975) aplicaram a noção de populismo à América Latina, muito se escreveu sobre o tema. O conceito se estirou tanto que tem servido para definir políticos os mais díspares. Com a ausência das condições socioeconômicas descritas pelas formulações clássicas, a estratégia adotada é limitar a categoria à dimensão política. Esse procedimento, porém, não é capaz de descrever atributos exclusivos suficientes para que o populismo seja um fenômeno específico. Ao mesmo tempo, o conceito está tão enraizado que não é viável abandoná-lo. A solução proposta é avaliar em quais características um político se aproxima e se afasta dos casos paradigmáticos do passado. Assim, ele pode ser populista em certos aspectos e não em outros. Com esse procedimento, se chega a uma classificação, em que um líder apresente mais ou menos atributos descritos pelas definições clássicas, eliminando a necessidade de reformulação constante do conceito para adaptá-lo a novas circunstâncias. Também haveria menos espaço a que o rótulo de populista continuasse servindo para desqualificar políticos latino-americanos. O artigo aborda definições clássicas e recentes aplicadas à América Latina e avalia a viabilidade empírica da estratégia de se concentrar na dimensão política.
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Referências
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