O desenho regulatório do novo marco legal do saneamento básico no Brasil e a aparente dicotomia entre a regulação contratual e discricionária
Mots-clés :
Saneamento Básico; Regulação do Saneamento; Supervisão Regulatória; Regulação Contratual; Regulação Discricionária.Résumé
[Propósito] Apresentar os principais pontos do novo marco legal do saneamento básico no Brasil, jogando luz à frequente discussão, não muito bem estruturada, sobre uma aparente dicotomia existente entre um modelo de regulação discricionário e um modelo de regulação contratual.
[Metodologia/abordagem/design] Aborda-se a aparente dicotomia existente entre regulação discricionária e contratual, muito em pauta com a aprovação do novo marco legal do saneamento básico, buscando identificar em que ponto da curva o setor do saneamento brasileiro se encontra.
[Resultados] O setor de saneamento brasileiro adota um modelo híbrido (regulação contratual e discricionária), porém, com o novo marco legal, passa a pender mais para o lado da regulação contratual. A calibração da balança dependerá, em grande medida, das normas de referência a serem elaboradas pela ANA e da adesão pelas agências infranacionais.
[Implicações práticas] As reflexões trazidas neste artigo poderão balizar novas pesquisas jurídicas a respeito das mudanças trazidas pelo novo marco legal do setor de saneamento, a exemplo das novas atribuições da ANA de supervisão regulatória de um setor cuja titularidade não é da União. Ademais, jogam um pouco de luz sobre a aparente dicotomia entre regulação discricionária e contratual.
[Originalidade/relevância do texto] O artigo traz pontos, ainda pouco debatidos no meio acadêmico, sobre as mudanças no novo marco legal do saneamento e abre possibilidades para investigações mais aprofundadas.
Téléchargements
Références
ANDRADE, N. R. Regulação Responsiva no Setor de Águas: Propostas de Aperfeiçoamento do Desenho Regulatório Responsivo Brasileiro. Revista de Direito Setorial e Regulatório, Brasília, v. 4, n. 2, p. 41-60, outubro 2018.
ARAUJO, F. C. de; BERTUSSI, G. L. Saneamento Básico no Brasil: Estrutura Tarifária e Regulação. Revista Planejamento e Políticas Públicas. n. 51.jul/dez. 2018. p. 198.
BARROSO, Luís Roberto. Saneamento Básico: Competências Constitucionais da União, Estados e Municípios. Revista Eletrônica de Direito Administrativo e Econômico (REDAE). Salvador, Instituto Brasileiro de Direito Público, n. 11, agosto/setembro/outubro, 2007. Disponível em: < http://www.direitodoestado.com.br/redae.asp>. Acesso em: fez. 2021.
CARVALHO, A. G. P. de. A função regulatória dos contratos: regulação e autonomia privada na organização do poder econômico. Revista de Direito Setorial e Regulatório, Brasília, v. 5, n. 1, p. 91-114, maio 2019.
DUARTE, Stênio. Ambiente Regulatório do Setor de Saneamento no BrasiL: Limites e Possibilidades de Atuação da Agência Nacional de Águas Junto aos Entes Federados Subnacionais. 2019. 27 f. Monografia (Especialização) - Curso de Políticas de Infraestrutura, Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Brasília, 2019.
DUTRA, Joisa; ENGEL, Pedro. Regulação no amanhecer da reforma. Revista Conjuntura Econômica, v. 74, n. 8, p. 51-53, 2020.
DUTRA, Joisa; LOUREIRO, Gustavo Kaercher. Regulação contratual ou discricionária no saneamento. Jota (online). Disponível em: <https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/regulacao-contratual-ou-discricionaria-no-saneamento-05042021>. Acesso em abr.2021.
EBERHARD, Anton. Infrastructure regulation in developing countries: an exploration of hybrid and transitional models. In: African Forum of Utility Regulators 3rd Annual Conference. 2007.
EHRHARDT, D. et al. Economic Regulation of Urban Water and Sanitation Services: Some Practical Lessons. World Bank Water Sector Board. Discussion Paper No. 9. 2007.
GOMES, M. C. Regulação deliberativa: em busca do interesse público na regulação de contratos de concessão de longo prazo. Revista de Direito Setorial e Regulatório, Brasília, v.4, n. 1,p. 79-110, maio 2018.
INSTITUTO TRATA BRASIL (2017). Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento no Brasil. Disponível em: < http://tratabrasil.org.br/datafiles/estudos/beneficios-ecosocio/relatorio-completo.pdf>. Acesso em: abr. 2021.
JENSEN, Olivia; WU, Xun. The hybrid model for economic regulation of water utilities: mission impossible? Utilities Policy, v. 48, p. 122-131, 2017.
LOBO, Rodrigo Luiz Nascimento. O saneamento básico no Brasil: um estudo sobre a distribuição de investimentos públicos federais nas cidades médias entre 2004 e 2013. 2016.172 f. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional)- Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.
MARQUES, Rui Cunha. A reforma do setor de saneamento no Brasil: O reforço da regulação e do papel da ANA. In GRANZIERA, Maria; OLIVEIRA, Carlos (coord). Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Editora Foco: Indaiatuba, 2020, p. 37–56.
MARRARA, Thiago. "Mosaico Regulatório": as normas de referência da ANA para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico à luz da Lei 14.026/2020. In GRANZIERA, Maria; OLIVEIRA, Carlos (coord). Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Editora Foco: Indaiatuba, 2020; p. 57–71.
OECD. “Case Studies of RegWatchEurope regulatory oversight bodies and of the European Union Regulatory Scrutiny Board”. OECD, 2018, Paris.
OLIVEIRA, Carlos Roberto. A regulação infranacional e o novo marco regulatório. In GRANZIERA, Maria; OLIVEIRA, Carlos (coord). Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Editora Foco: Indaiatuba, 2020; p. 73–87.
RIBEIRO, Wladimir Antonio. Ministério da Cidades. Série “Apoio e Acompanhamento da Regulação do Saneamento Básico”. Relatório IV – Contribuições para o aprimoramento da atividade regulatória, 2016. Disponível em: http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/regulacao/relatorio4/serie_regulacao_relatori o_IV_vf.pdf>. Acesso em ago.2018.
__________. O contrato de programa. In GRANZIERA, Maria; OLIVEIRA, Carlos (coord). Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Editora Foco: Indaiatuba, 2020; p. 115–139.
TUROLLA, Frederico Araújo. Provisão e Operação de Infraestrutura no Brasil: no Setor de Saneamento. 1999. 94f. Mestrado em Economia. São Paulo. EAESPFGV, São Paulo, 1999.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Journal of Law and Regulation 2021
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Ao submeter seu artigo à Revista de Direito, Estado e Telecomunicações, declaro aceitar a licença de publicação Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), disponível em http://creativecommons.org/licenses/by/4.0.