A relação entre terra, natureza e modo de vida entre camponeses no romance Torto Arado

Autores

  • Maria Virginia de Almeida Aguiar UFRPE, Recife, PE - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.33240/rba.v18i3.49844

Palavras-chave:

agroecologia, campesinato negro, Nordeste, literatura

Resumo

O texto apresenta reflexões sobre o campesinato nordestino à partir da análise do romance “Torto Arado”, de Itamar Vieira Júnior, sob o referencial da Agroecologia e dos estudos camponeses. Aborda a memória biocultural de uma família negra que viveu na Bahia nas “brechas” do latifúndio, reproduzindo um modo de vida tradicional mediado pela ancestralidade, a religiosidade, a terra e a natureza. Aporta subsídios para a construção do conhecimento agroecológico na região.

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Biografia do Autor

Maria Virginia de Almeida Aguiar, UFRPE, Recife, PE - Brasil

graduação em Agronomia (1990) e especialização em Educação Ambiental (1994) pela Universidade Federal de Mato Grosso e doutorado em Agroecologia, Sociologia y Desarrollo Rural Sostenible pela Universidade de Córdoba/Espanha (2007), reconhecido pelo Programa de Posgraduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008). Trabalhou ultimamente como consultora - Programas das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil e no Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura em projetos voltados para a agricultura familiar vinculados ao Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário/Secretaria da Agricultura Familiar. Atualmente é professora de Extensão Rural na Universidade Federal Rural de Pernambuco.

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Publicado

2023-06-30

Edição

Seção

Notas Agroecológicas