De Soweto à Ceilândia: siglas de segregação racial
DOI:
https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n18.2017.06Palavras-chave:
Segregação racial, Biopolítica, Necropolítica, Urbanização, Soweto, CeilândiaResumo
A proposta desse trabalho é pensar relações comuns ou, pelo menos, aproximadas sobre os processos e os instrumentos de segregação urbana racial, generificada e social nas cidades de Soweto (Joanesburgo - África do Sul) e Ceilândia (Distrito Federal - Brasil) durante as décadas de 1950 e 1970. Para tanto, comparamos os dois processos de remoção das populações dos centros para as periferias e a (re)invenção dos tipos corpóreos (“candango”, “black”, “african”, “coloured”) destinados a ocupar os limites da não-vida, ou seja, as chamadas cidades satélites. Metodologicamente a pesquisa, de caráter inicial, fez-se através da análise indiciaria e comparativa de documentos oficiais, relatos orais e bibliografias referentes à s duas cidades. A aproximação analítica/histórica entre esses casos se tornou possível através do conceito de necropolítica e da correlação entre escravidão, colonialismo e apartheid: três eventos imaginados historiograficamente como distintos, mas onde a dissociação do ser ao direito de sua própria vida rompem as barreiras do tempo e, no caso Soweto-Ceilândia, as fronteiras do Atlântico.
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