Pode o triângulo rosa falar?
O lugar da perseguição aos homossexuais nas exposições de longa duração de dois museus do Holocausto
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v11i21.41507Palavras-chave:
Museus do Holocausto, triângulos rosa, homens gays, trauma, exposiçõesResumo
O artigo analisa o lugar dos homens cisgêneros gays perseguidos pelos nazistas, em geral identificados como “triângulos rosa”, nas exposições de longa duração de duas das mais importantes instituições do mundo dedicadas à preservação e difusão da memória do Holocausto: o Museu Americano do Holocausto (Washington D.C.) e o Yad Vashem (Jerusalém). Com base em discussões sobre trauma e internacionalização da memória do Holocausto, identifica alguns lugares ocupados por essas vítimas: o lugar “para não dizer que não falei deles”, o lugar de “outras vítimas”, o lugar “de anexo” ou o simplesmente o lugar de silêncio. De modo geral, mostra que esses sujeitos vêm ganhando espaço na paisagem memorial do Holocausto, mas ainda são apresentados de maneira escassa, pontual e elíptica, sem interferir na interpretação geral do fenômeno. Por fim, apresenta questionamentos para motivar o debate sobre uma representação mais complexa dos triângulos rosa nas narrativas museais do Holocausto.
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