A contribuição da abordagem museológica para a percepção do patrimônio sensível
estudo de caso sobre o Memorial de Direitos Humanos de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v14i27.56243Palavras-chave:
Lugar de Memória; DOPS/MG; Memória Traumática; Musealização in Situ; Memorial de Direitos Humanos de Minas Gerais.Resumo
: Reconhecido como um lugar de memória por ex-presos políticos, familiares de vítimas e desaparecidos políticos, movimentos de defesa dos direitos humanos, parlamentares e, mais recentemente, pelo próprio estado de Minas Gerais, o edifício do antigo Departamento de Ordem Política e Social de Minas Gerais (DOPS/MG) foi construído em 1958 e tornou-se um símbolo da repressão política institucionalizada durante a Ditadura Militar brasileira (1964-1985). O Dops foi extinto em 1989, e após quase trinta anos de embates sociais, institucionais e políticos, em 2017 o edifício é desocupado enquanto unidade policial e destinado para a implementação do Memorial de Direitos Humanos (MDH), buscando promover a ressignificação de um local marcado como espaço de violação de direitos fundamentais. Por meio da análise da trajetória da complexa trama que culminou no atual Projeto do MDH, busca-se refletir sobre a contribuição que a abordagem museológica pode desempenhar na implementação de instituição dedicada à lidar com uma memórias traumáticas e como a musealização in situ pode potencializar uma compreensão ampliada da materialidade de um patrimônio sensível.
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