Ressignificar, glamourizar, estetizar: notas sobre a loucura no tempo presente
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v12i23.45525Palavras-chave:
arte, loucura, história pública, história do tempo presenteResumo
O presente artigo tem como matéria de investigação objetos ligados à história da psiquiatria e de suas terapêuticas e que foram apropriados de forma estética ou artística. A arte pode ser nestes casos tanto um valor atribuído à posteriori, a revelia das intenções de seu autor, ou empreendida de forma intencional destinada a um público consumidor. Com isso, propomos pensar de que modo camisas de força, embalagens de medicamentos, espaços asilares e outros elementos foram transformados em objetos estilizados, seja pela moda ou pela arte. Tais objetos possuem uma enorme e conflitante teia histórica e, por isso, escolhemos alguns desdobramentos deste cenário em momento contemporâneo.
Downloads
Referências
ADAIR, Bill. FILENE, Benjamim. KOLOSI, Laura, Letting go? Sharing historical authority in a user-generated world. Left Coast Press, 2011.
ALBARRÁN, Juan. Por una Historia del arte del presente. In: BRESCIANO, Juan Andrés. El tiempo presente como campo historiográfico. Montevideo: Ediciones Cruz del Sur, 2010.
ANDRIOLO, Arley. Traços primitivos: Histórias do outro lado da arte no século XX. Tese se doutorado em Psicologia. Instituto de Psicologia da Universidade de Sâo Paulo. São Paulo. 2004.
AVILLEZ, Maria João. A memória de Valentim. In Expresso, 10 de Maio de 1980, p.18R
BOLÉO-TOMÉ, José de P. Medicina e assistência hospitalar. In GUEDES, Natália Correia (coord.). Museu São João de Deus – Psiquiatria e história. Lisboa: Editorial Hospitalidade, 2009
BORGES, Viviane. “Salvem o Hospital!”: Sobre patrimônios dissonantes da psiquiatria no Brasil e em Portugal. Mouseion. Canoas. N. 24. Dezembro, 2019.
BORGES, Viviane. A invenção de Arthur Bispo do Rosário: Loucura, Arte e Patrimônio Cultural. São Paulo: Letra & Voz, 2019.
CASTRO, M.; SANTOS, MYRIAN SEPÚLVEDA DOS ; BORGES, Viviane Trindade. Contando uma história difícil. In: FRAGA, Hilda Jaqueline de, et al. (Orgs.). (Org.). Experimentações do patrimônio: diversidades e resistências. 1ed.Porto Alegre: Fi, 2021, v. 1, p. 342-368.
CAPDEVILA, Luc; ROUQUET, François; VIRGILI, Fabrice; VOLDMAN, Danièle. Hommes et femmes dans la France en guerre (1914–1945). Paris: Payot e Rivages, 2003. 362 p.
CASCAIS, António F.; MEDEIROS, Margarida. Hospital Miguel Bombarda, 1968. Lisboa: Documenta, 2016.
CHARTIER, Roger. A visão do historiador modernista. In: FERREIRA, Marieta de M.; AMADO, Janaína. Usos & abusos da história oral. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2000, p.215-218.
Conversa com Cláudia R. Sampaio [Concedida a Stefanie Gil Franco e Fernando Rosa Dias]. Convocarte, Revista de Ciências da Arte, n.º10, set 20, Arte e Loucura - Estética E Teoria Lisboa. Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa, 2021.
COSTA, Thays Alves. A arte bruta de Jean Dubuffet. Palíndromo, v. 11, n. 25, p. 115-130, set - dez 2019.
DELACROIX, Christian. A história do tempo presente, uma história (realmente) como as outras? In Tempo e Argumento, v. 10, n. 23, p. 39-79, 2018.
DUBUFFET, Jean. Cultura Asfixiante. Tradução de Serafim Ferreira. Lisboa: Orpheu-Negro, [1986] 2022.
FERREIRA, Marieta. A história como ofício: a constituição de um campo disciplinar. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2013.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola, 2002, 8a ed.
FRANCO, Stefanie Gil. Os imperativos da arte: encontros com a loucura em Portugal do século XX. Lisboa: Editora Caleidoscópio; DGPC, 2021.
FRISCH, Michael. A história pública não é uma via de mão única, ou, de A Shared Authority à cozinha digital, e vice-versa. In: MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; SANTHIAGO, Ricardo (Orgs). História Pública no Brasil: sentidos e itinerários. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
HESPANHA, Pedro. A reforma psiquiátrica em Portugal: Desafios e impasses. In Desinstitucionalização, redessociais e saúde mental: Análise de experiências da reforma psiquiátrica em Angola, Brasil e Portugal. Recife, Brasil: UFPE, 2010, p. 137-162.
OLIVEIRA, J. F. Reis de. Valentim. In Valentim de Barros, (exposição) CHPL, s/d.
PESSOTI Isaias. O século dos manicômios. São Paulo (SP): Editora 34; 1996.
PRINZHORN, Hans. Artistry of the Mentally Ill. New York: Springer-Verlag, 1972.
SAMPAIO. Cláudia R. Já não me deito em pose de morrer. Porto: Porto Editora, 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Museologia & Interdisciplinaridade
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.