"Usar algumas palavras que ainda não tenham idioma"
os “desobjetos” de Manoel de Barros e a narrativa nos museus
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v10i19.32245Palavras-chave:
Museologia, Literatura, Museus, Narrativa, Manoel de BarrosResumo
O artigo se inspira nas estratégias temáticas e estilísticas do poeta brasileiro Manoel de Barros (1916-2014), especialmente no conceito de “desobjetos”, para apresentar questões em torno da narrativa nos museus. A partir de uma perspectiva ensaística evidencia as exposições museológicas como instâncias de fricção e criação de uma narrativa singular instituída entre a “poética do espaço” e a “poética das coisas”. Analisa as especificidades das narrativas construídas nos museus por meio da prevalência da “linguagem dos objetos” reconhecendo-as como formas de extroversão dos indicadores de memórias e instâncias de ressignificação e reenquadramento do mundo. Essas leituras suscitam o diálogo com poéticas híbridas, acionadas no entre-lugar da materialidade do texto e da textualidade dos objetos.
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