A relação entre sintaxe e discurso no ensino de línguas estrangeiras

Autores

  • Carlos Felipe da Conceição Pinto Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.26512/rhla.v8i1.691

Palavras-chave:

Língua espanhola;, Ensino de línguas;, Sintaxe;, Estrutura funcional da sentença

Resumo

Os estudos em gramática funcional e gerativa vêm mostrando que a estrutura sintática da língua está estreitamente relacionada com a estrutura informacional da sentença. Nessa perspectiva, sentenças como “Se enojó Juan” e “Juan se enojó”, do espanhol,embora apresentem o mesmo valor de verdade do ponto de vista semântico, não são utilizadas nos mesmos contextos discursivos, tendo-se em conta que apresentam estruturas informacionais diferentes. Este artigo tem a finalidade de discutir alguns aspectos da relação entre sintaxe e discurso no ensino de línguas estrangeiras considerando que, muitas vezes, línguas diferentes apresentam a mesma estrutura sintática com relação à ordem de palavras, mas os contextos em que cada ordem de palavra aparece são diferentes e os aprendizes tendem a transportar a estrutura informacional da língua materna para a língua estrangeira. Na primeira parte, são discutidas algumas noções pragmático-discursivas como foco-pressuposição, tem a rema, tópico-comentário, informação velha-informação nova, foco informativo-foco contrastivo. Na segunda parte do texto, são apresentados dados do português e do espanhol que mostram que, embora as línguas tenham em geral a mesma ordem de palavras, seus usos discursivos são diferentes e, se não forem trabalhados corretamente, podem gerar interferência no processo de aprendizagem/aquisição da língua estrangeira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos Felipe da Conceição Pinto, Universidade Estadual de Campinas

Doutorando na Universidade Estadual de Campinas ”“ UNICAMP

Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

Referências

BELLETTI, Adriana. Inversion as focalization and related questions. CatWPL, v. 7, p. 9-45, 1999.

______. Extended doubling and the VP periphery. University of Siena, ms., 2003.

______. Aspects of the low IP area. In: RIZZI, Luigi. (Org.). The structure of IP and CP: the cartography of syntactic structure. v. 2. Oxford: Oxford University Press, 2004. p. 16-51.

______. Answering with a “cleft”: the role of the null subject parameter and the VP periphery. In: BRUGÈ, Laura; GIUSTI, Giuliana; MUNARO, Nicola; SCHWEIKERT, Walter; TURANO, Giuseppina. (Orgs.). Proceedings of the Thirtieth “Incontro di Grammatica Generativa”. Cafoscarina, Venezia, 2005. p. 63-82.

CAMACHO, José. In situ focus in Caribbean Spanish: towards a unified account of focus. In: SAGARRA, Nuria; TORIBIO, Almeida Jacqueline. (Orgs). Selected Proceedings of the 9th Hispanic Linguistics Symposium. Somerville: Cascadilla Press, 2006. p. 13-23.

CORREA, Paulo Antônio P. ¿Por qué SSNN se duplican obligatoriamente? In: BARROS, Luizete G.; COSTA, Maria José; VIEIRA, Vera R. (Orgs.). Hispanismo 2004. v. I. Florianópolis: ABH, 2006a. p. 429-440.

______. Argumentos x núcleos focales: el estatus de los clíticos que duplican SSNN en español, D.E.L.T.A., v. 22, n. 2, p. 227-247, 2006b.

______ A expressão da mudança de estado na interlíngua de aprendizes brasileiros de espanhol, 2007. Tese (Doutorado em Lingüística) ”“ Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007.

DI TULLIO, Ángela. Clefting in spoken discourse. In: Encylopedia of language of linguistics. 2nd ed. Oxford: Oxford University Press, 2005. É.

KISS, Katalin. Identificational focus versus information focus. Language, v. 74, p. 245-273, 1998.

FANJUL, Adrián Pablo. Português Brasileiro, Espanhol de... onde? Analogias incertas, Letras & Letras, v. 20, p. 165-183, 2004.

FERNANDES, Flaviane Romaine. Ordem, focalização e preenchimento em português: sintaxe e prosódia. 2007. Tese (Doutorado em Lingüística) ”“ Universidade Estadual de Campinas, 2007.

FONTANELLA DE WEINBERG, Maria B. El español de América. 2. ed. Madrid: Mapfre, 1993.

GUTIÉRREZ ORDÓÑEZ, Salvador. Temas, remas, focos, tópicos y comentarios. 2. ed. Madrid: Arco/Libro, 2000.

HERNANZ, Maria LluÏŠsa; BRUCART, José Maria. La sintaxis. Princípios teóricos. La oración simple. v. 1. Barcelona: Crítica, 1987.

HINTERHÖLZL, Roland; PETROVA, Svetlana. From V1 to V2 in West Germanic. Língua, v. 120, issue 2, p. 315-328, 2010.

KATO, Mary Aizawa et alii. Construções-Q na gramática do português brasileiro falado: perguntas, clivadas e relativas. In: KOCH, Ingedore G. V. (Org.). Gramática do português falado: desenvolvimentos. v. 6. Campinas: Editora da UNICAMP, 1996. p. 303-370.

LAMBRECHT, Knud. Information structure and sentence form. Topic, focus, and the mental representations of discourse referents.Cambridge Studies in Linguistics 71. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

______. A framework for the analysis of cleft constructions. Linguistics, v. 39, n. 3, p. 463-516, 2001.

LÓPEZ MORALES, Humberto. El español del Caribe. Madrid: Mapfre, 1992.

LYONS, John. Lingua(gem) e lingüística. uma introdução. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.

MODESTO, Marcello. As construções clivadas no português do Brasil: relações entre interpretação focal, movimento sintático e prosódia. São Paulo: Humanitas, 2001.

MORENO CABRERA, Juan Carlos. Las funciones informativas: las perífrasis de relativo y otras construcciones perifrásticas. In: BOSQUE, Ignacio; DEMONTE, Violeta. (Orgs.). Gramática descriptiva de la lengua española. v. 3. Madri: Espasa Calpe, 1999. p. 4245-4302.

ORDÓÑEZ, Francisco; OLARREA, Antxon. Microvariation in Caribbean/non Caribbean Spanish interrogatives. Probus, v. 18, p. 59-96, 2006.

PINTO, Carlos Felipe da Conceição. Uma análise das construções de clivagem e outras construções focalizadoras no espanhol atual. 2008. Dissertação (Mestrado em Letras) ”“ Universidade Federal da Bahia, 2008.

______. Los criterios sintácticos en la división dialectal del español. In: PINTO, Carlos Felipe; IRALA, Valesca Brasil. (Orgs.). Um dossiê de estudos lingüísticos hispânicos. São Paulo: Casa do Novo Autor, 2009.

______; CAVALCATE, Rerisson. Algumas reflexões sobre GU, interlínguas e outros. In: Actas do V Simpósio Internacional de Didáctica para Extranjeros “José Carlos Lisboa”. Rio de Janeiro, Instituto Cervantes, 2008, no prelo.

PINTO, Carlos Felipe da Conceição; RIBEIRO, Ilza. Um estudo sintático-discursivo da clivagem em línguas românicas. In: Encontro Nacional de Língua Falada e Escrita, V. Maceió: UFAL, 2006.

PIRES DE OLIVEIRA, Roberta. Semântica formal: uma breve introdução. Campinas: Mercado das Letras, 2001.

RIBEIRO, Ilza. Clivagem e discurso. Diferentes estratégias em diferentes línguas. ms, 2006.

RIZZI, Luigi. The fine structure of the left periphery. In: HAEGEMAN, Liliane. (Org.). Elements of grammar. Kluwer: Dordrecht, 1997. p. 281-337.

TORIBIO, Almeida Jacqueline. Setting parametric limits on dialectal variation in Spanish, Língua, v. 10, p. 315-341, 2000.

______. Focus on clefts in Dominican Spanish. In: LEE, James; GEESLIN, Kimberly; CLEMENTS, J. Clancy. (Orgs.). Structure, meaning, and acquisition in Spanish. Somerville, MA: Cascadilla Press, 2002. p. 130-146.

ZUBIZARRETA, Maria Luisa. Prosody, focus, and word order. Linguistic Inquiry Monograph 33. Cambridge, Mass: The MIT Press, 1998.

______. Las funciones informativas: tema y foco. In: BOSQUE, Ignacio; DEMONTE, Violeta. (Orgs.). Gramática descriptiva de la lengua española. v. 3. Madri: Espasa Calpe, 1999. p. 4215-4244.

Downloads

Publicado

2011-04-09

Como Citar

Pinto, C. F. da C. (2011). A relação entre sintaxe e discurso no ensino de línguas estrangeiras. Revista Horizontes De Linguistica Aplicada, 8(1), 40. https://doi.org/10.26512/rhla.v8i1.691

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.