Olimpíadas do Português como Língua de Herança: relato de experiência e desafios
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhla.v22i2.46939Palavras-chave:
Políticas linguísticas, Português Língua de Herança, avaliação em português como língua de herança, Olimpíadas do português como língua de herançaResumo
O presente artigo busca contextualizar as I e II Olimpíadas do Português como Língua de Herança (OPLH), um concurso cultural promovido pelo governo brasileiro em 2021 e 2022 para crianças e adolescentes de origem brasileira de até 15 anos de idade em vários pontos do mundo, como parte das políticas públicas para o Português como Língua de Herança (PLH) recentemente impulsionadas pelo Brasil. Apresenta-se um relato das experiências, o qual discorre sobre: (i) o engajamento da comunidade em participar; (ii) os desafios de elaborar as provas diante das heterogeneidades características do PLH; (iii) como a ideia de ser avaliado em PLH é recebida pela comunidade; e (iv) os ajustes feitos entre a primeira e a segunda edição. A discussão se estrutura a partir de dados destas experiências em quatro localidades: o âmbito geográfico de atuação dos Consulados do Brasil em Barcelona (Espanha), Zurique (Suíça), Nagoia (Japão) e Nova York (EUA). Conclui-se que, apesar de as OPLH terem tido incialmente um caráter avaliativo e classificatório, servem como instrumento não apenas de medir conhecimentos, mas como um processo que provoca novas oportunidades de aprendizagem para os participantes, a valorização de seus saberes e a possibilidade de construir pertencimento ao universo brasileiro da diáspora.
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