O relato de Hannah Arendt sobre as lições da Revolução Húngara

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DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v11i3.51400

Parole chiave:

Conselhos. Hungria. Política. Revolução. Totalitarismo.

Abstract

O presente artigo visa discorrer sobre as considerações de Hannah Arendt no que tange à Revolução Húngara, evento que trouxe à tona a questão da urgência em pensar novos sistemas de governo para o século XX. A busca pelo domínio imperialista continental por parte da Rússia ampliou a abrangência do regime totalitário soviético para os países vizinhos, que se tornaram uma espécie de satélite do centro em Moscou. Nesse contexto de dominação, em 1956, uma revolução se iniciou na Hungria. Por mais que tenha sido brutalmente reprimida em semanas, esses dias foram suficientes para a manifestação de organizações políticas por parte da população, que, em todos os seus segmentos, de estudantes, trabalhadores de diversos setores, intelectuais, exército e civis, formaram conselhos para debater as questões urgentes. A partir dessa iniciativa de organização destacada por Arendt como espontânea, analisaremos o que essa revolução tem a colaborar para as reflexões em relação à participação política nos espaços públicos e à criação de novos corpos políticos.

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Biografie autore

José Luiz de Oliveira, Universidade Federal de Sâo João del Rei

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2007). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG (2001). Graduação e Especialização em Filosofia pela Universidade Federal de São João Del-Rei- UFSJ (1993 e 1995). Pós-doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2011). Professor de Filosofia, História e Sociologia na Educação Básica (1990- 2000). Diretor da Escola Estadual Inácio Passos (2000- 2002). Atuou como professor de Filosofia do Direito e Sociologia do Direito no Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves- IPTAN (2002- 2006) e no Centro Universitário Presidente Antônio Carlos - UNIPAC (2002- 2006). Foi professor adjunto I de Filosofia e Sociologia da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (2007 - 2008). Na UFAM no campus de Parintins foi o seu primeiro coordenador acadêmico (ICSEZ). Atualmente é professor Associado IV do Departamento de Filosofia e Métodos da Universidade Federal de São João del-Rei. Atua como professor de Filosofia Política Contemporânea, com ênfase nos temas: totalitarismo, revolução, republicanismo e Direitos Humanos. Privilegia as investigações em torno das filosofias de Hannah Arendt, Norberto Bobbio e Claude Lefort. Coordena o GEPLEHANB (Grupo de Estudos e Pesquisas em Claude Lefort, Hannah Arendt e Norberto Bobbio).

Ana Luisa Lima Grein , Universidade Federal de São João del-Rei

Graduada em História na Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ). Mestre em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação de Filosofia da UFSJ, na área de Ética e Filosofia Política. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Claude Lefort, Hannah Arendt e Norberto Bobbio (GPLEHANB) desde 2016. Participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), bem como a realização de três iniciações científicas na área da Filosofia sobre Hannah Arendt. Participante da equipe de tradução do Ciclo Selvagem de Estudos.

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Pubblicato

2024-09-30

Come citare

DE OLIVEIRA, José Luiz; LIMA GREIN , Ana Luisa. O relato de Hannah Arendt sobre as lições da Revolução Húngara. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 111–144, 2024. DOI: 10.26512/rfmc.v11i3.51400. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/51400. Acesso em: 6 ott. 2024.