Utilidade e Racionalidade na Economia Neoclássica

Uma Interpretação Grangeana da Teoria da Utilidade Esperada e da Hipótese das Expectativas Racionais

Autori

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v8i1.29365

Parole chiave:

utilidade, racionalidade, ciência econômica, ordinalismo, utilidade esperada, expectativas racionais

Abstract

A teoria da utilidade é o fundamento do marginalismo que serve de base à teoria neoclássica. Desde suas origens, na década de 1870, ela passou por diversas transformações: um início hedonista (Jevons), adquiriu contornos ordinalistas (Pareto) que foram radicalizados em meados do século XX, viu a retomada da cardinalidade (von Neumann e Morgenstern), a formulação da teoria da utilidade esperada (Savage) e da hipótese das expectativas racionais. Nesse desenvolvimento histórico, a utilidade e a noção de racionalidade a ela associada foram esvaziadas de qualquer conteúdo psicológico, tornaram-se indissociáveis de cálculos probabilísticos e voltaram-se para o futuro, mas se mantiveram sempre como a pedra fundamental da teoria neoclássica. Essa última, como não poderia deixar de ser, alterou-se profundamente em consonância a essas transformações em seu conceito de base. A interpretação proposta está baseada no arcabouço conceitual de Gilles-Gaston Granger.

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Biografia autore

Leonardo André Paes Müller, Universidade de São Paulo, USP

Pós-doutorando junto ao departamento de filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e bolsista PNPD/CAPES. É doutor em filosofia pela USP e pela Université Paris 1 - Panthéon Sorbonne (2016). Foi bolsista FAPESP e da CAPES. Possui graduação em Ciências Econômicas pela USP (2007) e mestrado em Filosofia pela USP (2011). De 2008 a 2013 trabalhou como economista da pesquisa Produção e Vendas do Mercado Editorial Brasileiro na FIPE-USP.

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Pubblicato

2020-09-20

Come citare

PAES MÜLLER, Leonardo André. Utilidade e Racionalidade na Economia Neoclássica: Uma Interpretação Grangeana da Teoria da Utilidade Esperada e da Hipótese das Expectativas Racionais. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 175–200, 2020. DOI: 10.26512/rfmc.v8i1.29365. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/29365. Acesso em: 23 nov. 2024.